Recolhi todas as estrelas
nas minhas mãos em concha
e aqui as deponho
como instrumentos
de iniciação.
Com elas desenho um outro céu
num novo firmamento
com duas luas, dezoito sóis
e o cometa dos seus olhos
encabulados.
Neste outro mundo
tudo se corresponde: o eco da sua voz
é o pássaro que me acordou
de madrugada. Suas mãos
no regato
é o tempo que me segreda
mistérios novos.
Recolhi todas as estrelas
e descobri que tudo é símbolo:
cada astro, cada planeta
é o signo de um antiquíssimo alfabeto
que só agora decorei.
Recolhi todas as estrelas
e elas palpitam como peixes vivos
nas minhas mãos
maravilhadas.
E descobri que ser poeta
é saber lê-las
para você.
Otto Leopoldo Winck
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