terça-feira, 27 de maio de 2008

À noite sinto fome
Um impulso visceral
De viver consome a letargia
Que me domina durante o dia.
Passa o torpor que me torna capaz
De ouvir o rumor de vida
Ao meu redor sem viver
E quero lutar com a morte
Que habita em mim.
Meus músculos se manifestam
Inchados de energia, tesos de desejo.
A dor física diminui , substituída
Por um breve ensaio de prazer
A aquecer meu sangue.
Quero vida. Tenho apetite.
Meu paladar enfarado desabrocha.
O dia traz um fardo de obrigações.
Com o sol, renasce o instinto,
sobre o qual o mundo ferve
em espasmos de desejo insatisfeito
Mas a noite o burburinho cessa
e a angustia dorme nos exauridos
Então, viver tem sabor de escolha
E frescor de novidade.
É quando desperto ávida
Pela vida escassa .

Iriene Borges

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