sexta-feira, 30 de maio de 2008

Olhai os lírios do campo

Como posso, de bom grado
Trocar o encanto da floresta
Por este aborrecido fado
O suor diário na testa?

Vejo, presos a grilhões
Uns obreiros tristonhos
Sempre ansiando milhões
A despeito de seus sonhos

Não fruirá seu obrar árido
Da graça de ser sereno
Da doçura de um amor cálido
E do valor de um viver pleno

Assim, não troco a vida inteira
Pela ilusão de futuro estável
Ou a sombra da videira
Por um túmulo confortável

Juliana Correa

Nenhum comentário: