sexta-feira, 31 de julho de 2009

...À Porta que por Onde Não se Sabe...

A porta que por onde não se sabe...


A porta se abria...
E não via-se ninguém lá dentro...
Lá fora...
Também não havia ninguém que abria a porta...
Mas via-se alguém dentro da casa...
Mesmo sem ninguém estar lá...

Não sabia-se o que era o que estava do lado de fora da porta...
Apenas via-se de dentro da casa que alguém estava lá fora...

Enquanto o ruído se fazia...
Ao abrir-se a velha porta...
Queria-se saber, de dentro da casa vazia, quem estaria mesmo lá dentro, através de uma ligeira observação pelo lado externo da casa, colocando-se a uma interpretação da expeculação de quem abre a velha porta, para em seguida, no vazio da casa, vista de fora para dentro, compreender quem está abrindo a porta, e vislumbrando a partir do vazio interno da casa o seu próprio vazio, ou a identidade do seu vazio...

Com a intersecção dos campos vazios...
Que vagueiam de um para o outro...
Pelo limiar do caxilho envelhecido da porta da casa...
Quem esta dentro da casa questiona-se sobre a internalidade de sua existência, devido a evasão contínua de uma permanência externa nos campos para além da porta, seja de dentro para fora ou de fora para dentro...

Pela porta, tentou-se compreender quem abria de fora para dentro, quando dentro se exteriorizando lá fora, mesmo sem dentro estar e mesmo sem fora estar, e nessa expectativa, a orientação dos de fora para dentro já invertia-se...

Quando lúcidos...
Da imensidão existencial...
Que configurava-se com a internalidade e externalidade do espaço...
Procuravam ver-se realmente do lado de fora da casa...
Antes mesmo de terem entrado...
Porém, com a percepção de que verdadeiramente haviam saído...

Mosiah Schaule
sob a luz das Trevas

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