segunda-feira, 20 de agosto de 2012

canibalismo


limpo todo quarto a procura do meu vício:
você em três por quatro, quatro notas deste disco.
só encontro roupas espalhadas feito lama,
bichos implorando uma noite em minha cama,
meu corpo em pedaços quentes servido vivo,
restos da minha alma jogados no lixo.
preparo a minha dose de conhaque com limão,
me espalho por osmose nos botecos de plantão,
me entrego a toda dama "mais ou menos" que aparece
num prato com tempero de suor e sacanagem:
a boca livre do bar sou eu, por que não?
guria, coma o pedaço que é seu deste meu coração,
mas não me deixe aqui
em coma numa cama estranha.
escute enfim
meu rock'n'roll sem fazer drama.
guria, coma o que é seu de uma vez
e engula esta manha.

 Alexandre França, 

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