quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Os anos, os meses, os dias
arame farpado no espaço
o espaço rasante neste caos
escombros de um amanhã
cascos nalgum charco.

Aspas deste touro
me seguem todos os passos,
sou aquele que morro
ou aquilo que não faço.

Há um clarim
que perempto
no sopro de cada hora
evoca os rumores
de tudo aquilo que não posso;

sou aquele que morro
ou aquilo que não faço!

Tempo que vivemos
rosa-dos-ventos destruída,
aurora espreitando
numa escarpa lúcida e calcinante.

Nas farpas do sorriso do tempo,
entre espinhos a devorar o novo instante,
exalto: Ó tempo minha escarpa!
-subirei por onde não desço.

Tullio  Sartini

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