segunda-feira, 20 de agosto de 2012


são interrompidas por sirenes. ela vai até a janela. um batalhão chegando. volta. ela dá um tiro na barriga de Supermecado. daí anda de um lado para o outro. não sabe o que fazer. volta, dá mais dois tiros nela. algum tempo se passa. as duas imóveis. Supermercado sangra:
água... água...
ela vai até os fundos do corredor e volta com um litro de Ouro Fino. abre a garrafa e ajuda Supermercado beber. depois vai até a janela novamente. volta. a polícia já está entrando. não há tempo para negociações. estouram a porta da frente. e ela dá mais dois tiros em Supermercado. a polícia invade. ela dispara ferozmente contra os homens fardados. fica sem munição. abre os braços. é metralhada. está sorrindo. (da série rubricas para o dia do ator)
Pedras com lama sobre as pedras. E uma bota de borracha azul, isso, caída na lama. A lama, é, a lama entrando no cano da bota. Não é possível dizer se é o pé esquerdo ou se é o pé direito da bota o que ali está. Ou melhor, é o pé esquerdo. Isso, o pé esquerdo. E está no lado esquerdo da, vamos chamar assim, cena. Já no lado direito da, isso, está o pé direito da bota. O que tem de diferente agora é que nessa parte da, isso, nesse lado não há lama. É, a lama do lado direito da, já está seca. E, uau, o pé direito da bota está sendo mastigado. Um javali? Não, não pode ser. Ops, pode sim. O pé direito da bota está sendo mastigado por um javali. E... deixa eu aproximar os olhos... Caralho, atrás do javali, ossos... Meu Deus, ossos, talvez nem isso mais, só o que restou do Sr. Lincon. (da série rubricas para o dia dos atores)

Luiz Felipe Leprevost

Nenhum comentário: