domingo, 27 de outubro de 2013

Era uma vez um arqueiro zen que me feriu como ninguém

Bárbara Lia


esta tristeza vaga profunda e persistente
esta música inexistente – Nona Sinfonia
a rasgar o coração imerso no acre odor
de tua ira vã. lavo-me com bucha vegetal
sabonete de lavanda para espantar esta
carnadura de ódio das minhas entranhas
anseio ir viver em um antro de gueixas
onde um velho cultua uma espada fria
para transpassar teu coração – cima/abaixo
o meu canto é negro e triste e nada nada
vai alterar esta caótica visagem – esfuma
a cada giro das asas do temível beija-flor
 
 

  

Nenhum comentário: