sábado, 26 de outubro de 2013

Bebo o sangue da luna rossa. Bárbara figura,
vestida de pele de ovelhas que mal me cobre o
sexo. Lilith devassa, louca alada e nua, escondida
em uma roupa de senhora.
Não sou esta dama no salão de chá,
cadeiras bordadas de flores
da confeitaria das família,
diante destes poetas loucos,
vomitando asteriscos e estrelas e dissecando a XV
da Federal à Boca Maldita...
Estas figuras ternas, meninos de camiseta hering branca, e óculos
de Clark Kent, tomando coca-cola, na hora do ângelus, pisam
partituras de ossos e surfam no caos, dominam suas ondas...
Suas pipas são estrelas inconclusas, com seus fios esgarçados,
que eles alcançam da torre da Catedral.
Ninguém diria que ferve nas veias um rio vermelho encharcado
de blues, nesta saudade órfã do triste homem azul,
pode que ele nos espie no canto da confeitaria, em um ângulo
discreto, com aquele olhar maroto, e aquele chapéu escuro,
pode que ele acompanhe meninos poetas, andando sobre os muros,
explodindo em vida ao nosso lado, e a gente pensa que é a brisa
de fim de tarde na XV - é sopro de Marcos Prado -
este cara eterno que nos mata de saudades...

(by Bárbara Lia)

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