Aqui não escreve quem traduz
Esse verso não soma ao que sou
Fiz do verso: sangue, e da linha: luz
Mas ainda não sei o que é amor
Já despedacei as asas do beija-flor
Pra te fazer brisa, liguei o liquidificador
E acabei enchendo as pétalas de pus
Mas ainda não cansei de fazer blues
Ainda estou à tua espera, minha pianista
Tenho um olho verde e o outro azul
Metade do rosto negro e metade dourado
E ainda trago um coração encouraçado
Se olhar de perto, será que você me traduz?
Ou você hoje está longe demais, me diga...
Você já está em outra praia, outro estado?
Quando é que teus olhos verdes, pianista,
Vão olhar pra mim, deixar de olhar pro lado?
Teus cabelos negros já estiveram avermelhados,
Loiros, azuis, mas nunca estiveram equivocados
E quanto a mim, estou aqui, pronto pra navegar:
Nesse olhar e na maré de teus olhos: emaranhado.
Fernando
Koproski
21/outubro/2013
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