Acolho este alfabeto de espantos
como quem se nutre na cuia de Deus.
Há luares nos pés do rocinante
que me arrasta a um reino sem
reinado.E guardo na pele a tarifa
do fogo:em minha pele de continente
errante. Os vales e os palácios
de sombras por onde escorrem os
dias inumeráveis, serão sempre
infindos: a areia movediça onde
o sangue é saga. Quem adoça o
deserto dos justos? Quem preserva
a trama dos cínicos?
SALGADO MARANHÃO
(Do livro Avessos Avulsos)
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