sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Amor é o que a formiga leva em suas patas, invisível, pequeno e úmido é o amor - Um cisco: o amor é mais frágil que isto.
Amor é o tamborilar das mãos do cego no couro esticado, encaixa perfeitamente, como quem conhece as estruturas pelo tato, como quem sabe o exato espaço entre a dor e a dor.
O amor massacra com a suavidade de um tambor africano...
O amor é um som oco que um cego repercute na tarde suarenta.
Amor é o sacudir das paredes por um trem angustiado que move o sangue quando passa.
O amor é estremecimento.

Bárbara Lia

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