segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Luís Henrique Pellanda

"As aves se serviam de um punhado de ratinhos brancos. Pinçavam os roedores pela barriga e os chacoalhavam com fúria, até que se rasgassem. Suas vísceras, então, floresciam, numa violenta explosão de tons vermelhos, suplicando por um leitor divinatório. Como pode haver, pensei, tanta cor dentro de um ratinho branco? Pois durante o banquete, não só as seriemas pareciam seres felizes: a própria moça que as admirava, pasma consigo mesma, sorria. Que futuro teria lido no sangue?"

Trecho da minha crônica "Pedaço de prisão", que sai amanhã, na Gazeta do Povo,

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