segunda-feira, 31 de outubro de 2016

VI



Sim.
A língua que atravessa
o vale,
onde o sangue é saga,
onde o vento exale.
A língua de um reino
que nos habitasse,
desvelando espelhos,
conjurando enlaces.
Ó rio de açúcares
e vocábulos -- oráculo
de atabaque e pergaminho --
te dou meus oceanos
por caminho!
Um intrincado avesso
de epopeias
no baque das veias;
no recall da luta,
entre esfinges secretas
e alcunhas:
este arrimo de vozes
no lugar das unhas.

SALGADO MARANHÃO

Nenhum comentário: