TRINTA E QUATRO
Hoje estou naqueles dias
em que a palavra não tem tradução,
dias em que os versos são pendurados
no fio da esperança
a esperar a poetisa fingidora.
Estou naqueles dias
em que tudo é falso
salvo a verdade dos que me criticam
dos que me guardam na memória
e me engolem no dia-a-dia.
Estou naqueles dias
em que a mãe sangra
como sangrou o Filho na cruz,
pelo Pai a mulher me deu a luz
e eu morro pelo bem
dos meus pecados.
Hoje estou naqueles dias
em que a poetisa confortada em sua dor
chora o poema derramado
chora a palavra traduzida - amor.
Sérgio Edvaldo Alves
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