sábado, 5 de junho de 2010

Tango tinto

No exílio do quarto escuro,

Tragando spleens de Baudelaire,

Entre três tangos e dois tintos

Redescubro meu lado impuro,

Amaldiçoado, sórdido, porém — por que não? — distinto!

Ora, sou caído, não minto...

A Decadência, velha rota, sem dentes,

Me diverte, pulando saltos frementes,

Tangueando, bêbada, só e torta...

Cambaleia a doida (coitada...) e ri, indecente...

Maldito sou! (a natureza condena)

Pois bem! Dancemos, bela bêbada velha!

Tornemos mais rota e impura a cena,

Sangremos de tinto a tela imperfeita,

Bailemos, para levarmos à Noite a cor vermelha!


Ricardo Ruiz


E-Mail: ruiz777@brturbo.com

fonte: Releituras

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