terça-feira, 2 de outubro de 2012

A jardineira.



Uma cortina de palavras separa a sala e a cozinha. O chá está em infusão. Sentada sobre os pés nas tábuas do chão da casa, Ana. Sons de tambores ao longe ressoam entre a vigília e a realidade. Um desenho de nanquim transita entre folhas de pessegueiro e folhas brancas de um papel feito por ela. Uma criança no berço. Uma gaivota, longe, emoldurada, na parede. Concentração. Por onde andaram os hai-kais? O ancestral na porta bate pedindo licença para as ikebanas. Um colibri? Desenhar monogramas é virtude e cerimônia.
 De Mara Paulina Arruda

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