quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Orlando.


 
Sete horas da manhã.
Quando Orlando me viu parada naquelas horas puxou logo conversa:
Disse que estava indignado com a Ketlin. Pois veja só: Ela fechou a porta na cara do Wilson. Dizia que reconheceu a maldade que reside em seu coração; dizia que o que ela viu foi um equívoco, foi um gambá.
Orlando lembrou-se que Wilson era só “Ketlin dali, Ketlin daqui... ela é minha namorada e assim por diante; ela tem os olhos azuis e uma boca que dá vontade de beijar o tempo todo... e seus cabelos, uma seda!”
Agora, além das saudades de Ketlin, prosseguiu Orlando, Wilson juntou todas as letras e fez um samba canção para saudar a sua querida. E mesmo trabalhando feito um condenado mandava entregar bilhetes às mãos dela e que ela fazia barquinhos de papel.

Orlando não se conformava com tanta ingratidão!

Eu sorri de toda aquela estória, disse que isso era realmente um desaforo, olhei o relógio e fui abrir o empório que a vida batia na minha porta.
Um casal antigo

 (Mara Paulina Arruda)

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