quarta-feira, 29 de maio de 2013

Rita Medusa

Rabiscou o som das nuvens com o canivete que ganhou do avô, na beirada da cama. Perdeu a cabeça com labaredas de Shakespeare e Burroughs e escreveu a língua da desordem no lençol. Pela manhã a voz de deus, a náusea marítima e o olho do gato recebendo dádivas. Pela tarde o estranhamento, um café frio, um desacerto familiar, a mãe chorando e o pai ao telefone. Ao anoitecer um diagnostico e a sentença do exílio, injeção e cama fria, eternamente fria. O chá anunciando a fumaça poliglota. pela madrugada o som da máquina de escrever e a fuga: logo estaria rosnando para uma rosa no Egito.

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