domingo, 14 de julho de 2013

PLENO AMOR


Na dimensão de muitas vidas
Avistei teu semblante prateado
Figura difusa, incomum ao toque
Atraente, risonha, alheia ao instante.

Tuas longas mãos, véus de prata
Ofereceram doces caricias frias,
Anestésicos ao meu coração triste,
Bálsamos à minha epiderme crua.

Deixei-me envolver no sopro noturno
Certo de ser teu, dominado, envolvido
E tu, nos atos, judiciosa e resolvida
Abriu meu peito vazio,
Plantando, nele, o amor pretendido.

Juntos, viajamos por inúmeros planos
Entrelaçados, como um único ser, vivos
Provando prazeres inda não conhecidos
Sorvendo energias, renovando as entranhas,
Dois seres, dois amantes inteiros.

O dia amanhece! Acordo só!
Não estás mais comigo,
Despertei do sonho.
Abandonado, no desalinhado leito!
Quero de novo adormecer
Para ter-te comigo,
Idolatrado amor de ulterior grandeza.



Maurílio Tadeu de Campos in "Devaneios")

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