O olho do homem pousa sobre a cidade
perquirindo mortos.
E o mar de mortos arrasta pela geométrica floresta
as velas desossadas.
Já não reconhece o beco da infância
entre avenidas,
o jardim humilde nos estilhaços da luz
atropelada.
O olho homem pousa sobre a cidader,
prisioneiro do horizonte
edificado.
Solitário desliza pelas marquises
e ensaia uma antiga melodia entre ruídos.
Vai cantando sob a cúpula cinérea
o irretornável dia da infância consumida.
Palmilha as catacumbas
na exaustão vertical dos edifícios
e sobre os despojos do dia
recupera
a tímida e precária poesia.
Aidenor Aires
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