Quero um poema da cor do sangue
Jorrando do meu corpo, quente e denso
Que se exalte, odeie, se zangue
E paire no ar, constrangedor e intenso
Eu o quero afiado e pontiagudo
Que assuste e sobretudo machuque
... incomum,seco, ríspido, sisudo
Para que incomode e arrogante fique
Nascido de extrema dor para que doa
Oposto ao conceito de justiça simplório
Que meu coração insistentemente entoa
De fato é preciso que seja contraditório
Para que essa fúria não mais enfureça
Não mais inspire , não mais arrebate
Não mais contamine, não mais aqueça
O sangue que clama o justo combate
Iriene Borges
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