Folhas para guardar outonos
e abafar o estrépito da secura
Mácula desliza na brancura inerte
A poeira vagueia na luz que ludibria
a cortina desabada.
Palha, oxidação, sépia
Fujo pelas veredas do papel
Acomodo-me na tinta
Há refrigério no sulco da impressão
Quando se é permeável
soçobra a palavra que perfura
Choro, reza, sangria
Folhas para guardar outonos
Iriene Borges
http://www.poeteias.blogspot.com
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