sábado, 14 de abril de 2012

Cruz das almas solitários sabres que ceiam sonhos na fome de viver.


Sorvendo gota à gota de vinho da derradeira videira no ósculo da última flor.

Balança a árvore antes frondosa da vida hoje pálido osso da memória

onde se refugiam cordeiros do rugido da tempestade de lobos e da siderea miséria

que corta fundo a raiz da esperança.

O aço devorando a carne tenra da terra trinchando hóstias de pó e palavras

Trincando dores ouvindo Wagner cavalgando valquirias a procura de ouros

no fim de falsos arco-íris .Ardem cedros por testemunhas cobrindo em sombras raquíticas

proles dejetadas de úteros abandonados.

Oliveiras irrigam a terra de óleo e sangue enquanto ouve-se um choro fantasma a sombra da chama

clamando a morte que vaga ébria e exausta de tanto ceifar.



Wilson Roberto Nogueira

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