Era ali que eu ia descansar.Via o santo das chagas.O cachorro a lhe lamber a perna.Pupilas reviradas para o alto.Expressão, aliás, digna de aluviões cósmicos, nada repousante. Percebi que um cachorro me seguia. Chamei-lhe a atenção para o bicho ali de cima- um santo, de tão familiarizado com a imobilidade do retábulo.Me apatetei um segundo, meio à espera das núpcias do vira-lata resfolegante com os céus..Seria bom se ele me seguisse por um tempo. Ainda mas agora que eu ia tentar a vida em outros pagos.O animal latiu."Que quê há ?", perguntei e tossi.
João Gilberto Noll in Relâmpagos.FSP 06/04/00
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