terça-feira, 26 de julho de 2016

"2160 horas..."




[...] 17:00. Estando num bar, assisti a mais uma edição do “Bahia Agora”.
Hoje aconteceu um assalto numa pousada no Largo de Quitandinha do Capim, no bairro de Santo Antônio, no Centro Histórico de Salvador. Os assaltantes foram dois jovens, um armado de faca, outro, de pistola.
Conforme os testemunhas, os assaltantes teriam entrado na pousada pelo sótão, aonde conseguiram chegar, andando pelo telhado. Eles teriam subido por dentro de uma das casas vizinhas, que está abandonada.
- Não é a primeira vez que fomos assaltados, mas hoje, por primeira vez, o assalto se deu em pleno dia – às três horas da tarde. Os dois “pivetes” entraram pelo sótão, derrubaram a porta, renderam as duas meninas que estavam no quarto coletivo de quatro camas....
...Ainda bem que não foi o meu!
As meninas foram uma portuguesa e uma norte-americana. Ouviram-se os dois tiroteios, mas ninguém foi ferido. Foi assaltada a quantia de R$200 da norte-americana e o “tablet” da portuguesa, depois devolvido. Foi acionada a polícia militar, e, passados os quinze minutos, um dos assaltantes foi preso. Apesar dos seus 18 anos, ele já tinha passagens pela polícia. Outro assaltante, um homem moreno de 19 anos, continua foragido.
...Felizmente, tudo aconteceu no primeiro andar da pousada. Ao rés do chão eles nem conseguiram chegar... Ou conseguiram – já neutralizados pela polícia. Fiquei feliz que eles não roubaram nada meu...e que eu estava na Ilha. Mas vou pensar seriamente em mudar de pousada. Salvador tem-nas à beça!
Ainda tenho duas noites para passar na capital baiana e preciso passá-las em segurança.

"2160 horas...."

[...]
18:00. Haja vista o acontecido, voltei a Salvador e mudei-me para outra pousada. Ela fica defronte a Faculdade de Medicina. As suas janelas traseiras dão para o Largo Quincas Berro d´Água, e aqui também vai ter show do forró. No entanto, vou-me apressar para voltar a Gameleira.
19:00. A festa começa com uma raridade de Luiz Bandeira:
Maria que vai à missa
Leva um terço na mão.
Sabe Deus – ela é tão pura
E tem um grande coração.
Espera, Maria, espera,
Não casa com outro, não!
Ai, ai, ai,
“Pra” se cantar chorão,
Canta melhor quem canta
Com amor no coração...
É só você para me alegrar, Luiz Bandeira! Ainda acompanhado pelo Trio Madrigal. Este já foi um dos conjuntos femininos mais conhecidos do Brasil. Agora, muito poucos ainda se lembram dele.
É por isso que eu voltei a Gameleira. Ficasse eu em Salvador, a festa também poderia surpreender-me. Mas não assim!
Capitão, que moda é essa –
Deixa o trempe e a colher.
Homem não vai “na” cozinha,
Que é lugar só de mulher...
Não concordo, mas prossiga!
Vou juntar feijão de corda
Numa panela de arroz.
Capitão vai lá “pra” sala,
Que hoje tem baião de dois!
Agora, é o Luiz Gonzaga! Se a festa continuar assim, vou ficar até de manhã!
20:00
Quando me lembro do meu Quixadá,
Nem é bom falar,
Nem é bom falar!
Quando me lembro do meu Quixadá,
Nem é bom falar,
Nem é bom falar!
Naquele tempo, que não volta mais,
Eu era tão criança (e hoje sou rapaz);
Levava a vida no meu Quixadá,
Comendo graviola e umbu-cajá
Mais um baião das antigas! Os jovens de agora nem conhecem. Aposto que lá em Salvador agora tocam algo de “Falamansa”...um “Xote das meninas”, ou uma “Confidência”.
... Não tem nada ver com o baião clássico!
... Mesmo apesar de ter bossa!
[...]




 Vlademir Tremazul

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