terça-feira, 19 de julho de 2016

Dia dezoito de Julho um dia na historia


De um peão dos boiadeiros estradeiro na profissão
Alegrias e tristezas e as belezas do estradão
Nas peleias da lida levando a vida
Montado em um burro ventena e destemido
Mas no dia anterior só se imaginava calor de tanto frio
Era uma chuva fina com o vento sul gelando o pensamento
A boiada não caminhava ia parando toda arrupiada
Tropa de cabeça abaixada do que era não havia discernimento
Luiz e Sergio Dalosse eram os boiadeiros
Santo Antonio da Platina a Congonhinhas era o nosso seguimento
Região de muitos cafezais povo que vieram das Minas Gerais
Nas lavouras trabalhar ficando sem nada
E nós a passos lentos vendo em todos os momentos
As famílias reclamarem perguntava como foi la atras é só sofrimento
Por onde nos íamos passando era um grande desespero
Lavouras de café tinha uma cor marrom
Com a geada tudo tinha queimado
Eu no berrante choroso manhoso vendo tudo aquilo me deixando chocado
Me deu um sentimento profundo com tudo que avistava
Mas tínhamos que continuar tangendo esta grande quantidade de gado
Na madrugada fria da noite passada
Passamos a noite em claro na beira do fogo encostado
Era um frio que ninguém esperava ate por que não estávamos preparados
A capa boiadeira era a unica proteção estava toda molhada
Das belezas do sertão do verde das pastagem tudo havia acabado
Paramos no patrimônio do cinza o céu todo azul
Encostamos a boiada em jundiaí do sul
Na quele ano de 1975 foi grande a destruição
Um dia antes do dezoito ninguém quer lembrar não
Aquela gente da roça sofreram uma grande decepção
Perdendo tudo que tinham de sustentação
Capado gordo e porcas de criação
Venderam para pagar contas
Manter o nome limpo é a honra
Honrado caboclo do sertão
Muitos foram em bora grande desilusão
Numa grande judiação rios de lagrimas
Só as cordas das violas no cair da noite depois da procissão
E a jornada segue rumo ao patrimônio do vais no vão da serra
Saindo de Ribeirão do Pinhal do outro lado do Rio Laranjinha
No pé da serra da Jacutinga tinha gente minha
Meus parentes moravam lá
Meus pais e meus irmãos minha mãe
Não sabia o frio que havia passado
Bem pertinho de sua casa eu ia passá
Tocar meu berrante não podia pará
Dar um oizinho tinha que seguir caminho boiada entregá
Tristeza era a mesma por todos os lugar
São quarenta anos que não se esquecerás
Do que aconteceu lá no norte do Paraná
Frio de mais de quase não se aguentá
Torrando todo café tiveram que arranca
Um dia antes do dezoito se esquecer pra que se lembrá
A boiada entregamos no dia vinte e um
Com muitas historias pra conta
Dezoito de Julho de 1975 um dia depois!

Sinval Silveira Pinto

Nenhum comentário: