domingo, 11 de setembro de 2016

Com os anos esquecemos que amávamos a gaivota
Sobre o mar azul, na tarde antiga
E procuramos briga por qualquer coisa
Nos desentendemos na cama, na política e na vida
Somos tão mais infelizes e nos achamos inteligentes
Passa um pássaro e a gente não vê
Passa um pássaro raro e a gente não vê
Passa um pássaro raríssimo e a gente não vê
Entretanto, amávamos a singeleza da gaivota sobre o mar azul
E nos achávamos nos azuis
E nos perdíamos nos azuis
Agora, cérebros rotos,
Olhos cansados, amarronzados de certezas
Vazamos um do outro, sem marés.


Lázara Papandrea

Nenhum comentário: