sábado, 9 de maio de 2020


Ando dormindo
com toda essa gente
de palavras soltas,
línguas libidinosas e
revolucionárias.
Vários ao mesmo tempo, 
homens e mulheres
numa balbúrdia de versos e
uma puta
vontade de ser
contaminada pelo vírus
 da inspiração e
disseminar o desejo libertário
pelas bocas
descuidadas e
corpos
anestesiados pelo medo.
Pela minha cama vários
 ao mesmo tempo. 
Me incendeiam e me devoram,
me beijam e me despem,
me lambem e me comem
num orgasmo de sentidos e
desejos incendiários
entre os dedos,
entrepernas
na tara
que é viver mergulhada na
poeisis da existência.
Lília Diniz.

Nenhum comentário: