Pra galopar no azul do meu cavalo alado,
encilho o verbo, busco as trilhas dos sonetos
e troco as ferraduras do tempo passado,
pois do passado eu quero apenas esqueletos.
Arreio a sela, aperto a cilha nos quartetos,
confiro a tralha, monto o baio nas esporas
e solto o tempo e as rédeas dos meus desafetos,
pois desafeto ao vento eu corto em poucas horas.
Cavalgo a liberdade e estradas sem porteiras,
levando no embornal os versos de outras beiras
e uma cabaça co’água fresca da nascente.
Descanso os pés no estribo e vôo nas palavras
e, quando o som da rima espanta a passarada,
solto o cabresto e o verso alegre segue em frente.
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