domingo, 31 de janeiro de 2010

SONETO DA DESPEDIDA

Foi necessário que chovesse tanto
para que tanto mais o sol voltasse
a refletir a luz que a dor do pranto
inundou de penumbra minha face.

Foi-me defeso ressentir do quanto
sob a cinza do amor em desenlace
ainda me encantaria o desencanto
se esse rio de mágoa não secasse.

Não refaças o curso dos meus rios
nem acenes ‘adeus’ para os navios
de sonhos idos do meu velho cais.

Não levo nada... Só a necessidade
que ainda tenho de sentir saudade
dos teus momentos lívidos de paz.

Afonso Estebanez
http://www.afonsoestebanez.blogspot.com

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