As femmes peintres na segunda metade do século XIX
http://pagesperso-orange.fr/travail-de-memoire/Prix-de-Rome.htm
sexta-feira, 30 de abril de 2010
o que diz a primavera,
inverno e chuva de ontem
ao desespero dos olhos salgados?
o que me diz lágrima que lambe a epiderme?
no ácido oco do peito
toda verdade ri?
Maria Tereza Prado
http://www.mariaterezaprado.blogspot.com/
inverno e chuva de ontem
ao desespero dos olhos salgados?
o que me diz lágrima que lambe a epiderme?
no ácido oco do peito
toda verdade ri?
Maria Tereza Prado
http://www.mariaterezaprado.blogspot.com/
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Coliseu, a raiz do espetáculo
O novo ex superastro
da mídia
não sabe quanto
sua alma
vale
para o
famigerado público,
sedento de
desvelamento
sádico,
á espera
do inevitável!
Dilacerado em pixels,
o ex superastro não
pode mais
ser
reconhecido;
perdeu o
magnífico
poder
de expressar o
inexprimível.
da mídia
não sabe quanto
sua alma
vale
para o
famigerado público,
sedento de
desvelamento
sádico,
á espera
do inevitável!
Dilacerado em pixels,
o ex superastro não
pode mais
ser
reconhecido;
perdeu o
magnífico
poder
de expressar o
inexprimível.
Ricardo PozzoPó&Teias
Tímida Babilônia
Onde Curitiba esconde
o marfim de seus elefantes
mortos?
Nas intransigentes ruas
sem saída?
No copos sem alma
de sua nobre boemia?
Na maquiagem que quer livrar
sua cara
desumanizada?
Ou no sorriso banguela
da sua
Boca inchada?
Pervertida e dissimulada
a polaquinha rebola na XV,
uma piscadela para o estrangeiro
capital
a viatura policial indica o lugar
do POVO
Piás vestidos de papel e alumínio
sem esmola e sem futuro
cruzam com madames poodle que
cintilam no escuro.
Na Paula Gomes ou na Trajano Reis,
na Conselheiro Laurindo ou na André de Barros,
na Cruz Machado ou no Batel, Curitiba tenta
se livrar do tédio!
Plano piloto por sobre um cemitério
indígena
É no km 65 da Serra do Mar
que ainda sangra
a autonomia da Curitibranda,
nossa inexpressividade
nacional
O banzo da província
cedeu ao underground
xintoísta? Ou está
injetado nas estações
tubo?
Curitiba digere
àquele que nela se perde
O elefante de pelúcia,
moribundo
caminha vinte e quatro quadros
por segundo!
Ricardo Pozzo
Pó&Teias
o marfim de seus elefantes
mortos?
Nas intransigentes ruas
sem saída?
No copos sem alma
de sua nobre boemia?
Na maquiagem que quer livrar
sua cara
desumanizada?
Ou no sorriso banguela
da sua
Boca inchada?
Pervertida e dissimulada
a polaquinha rebola na XV,
uma piscadela para o estrangeiro
capital
a viatura policial indica o lugar
do POVO
Piás vestidos de papel e alumínio
sem esmola e sem futuro
cruzam com madames poodle que
cintilam no escuro.
Na Paula Gomes ou na Trajano Reis,
na Conselheiro Laurindo ou na André de Barros,
na Cruz Machado ou no Batel, Curitiba tenta
se livrar do tédio!
Plano piloto por sobre um cemitério
indígena
É no km 65 da Serra do Mar
que ainda sangra
a autonomia da Curitibranda,
nossa inexpressividade
nacional
O banzo da província
cedeu ao underground
xintoísta? Ou está
injetado nas estações
tubo?
Curitiba digere
àquele que nela se perde
O elefante de pelúcia,
moribundo
caminha vinte e quatro quadros
por segundo!
Ricardo Pozzo
Pó&Teias
Urbi et Orbi
Entrevisões, sem verde, a minha couraça.
A rua veraz de cintura vergastada
Das síncopes, carros assassinos em zoada
Cintila tão negro o asfalto, sem jaça
Rossio pétreo; alguém a olhar...
Irrompe-te a medula, aos restos duros
Exultando faíscas dos monturos
E nuvens sobre nuvens, um respirar...
Não há moitas, sim, hidras e andrômetro.
Linfas de gêlo-gás, pisoteio-as,via por via
Entre muros, que só viadutos podem olhar
Conheces tua penitência, ó parâmetro!
Enforca-te cidade, o secular sudário
Quintessência da ilusão: visco refratário.
Tullio Stefano
Pó&Teias
A rua veraz de cintura vergastada
Das síncopes, carros assassinos em zoada
Cintila tão negro o asfalto, sem jaça
Rossio pétreo; alguém a olhar...
Irrompe-te a medula, aos restos duros
Exultando faíscas dos monturos
E nuvens sobre nuvens, um respirar...
Não há moitas, sim, hidras e andrômetro.
Linfas de gêlo-gás, pisoteio-as,via por via
Entre muros, que só viadutos podem olhar
Conheces tua penitência, ó parâmetro!
Enforca-te cidade, o secular sudário
Quintessência da ilusão: visco refratário.
Tullio Stefano
Pó&Teias
Cidadão do Milênio
Teu rosto é esconso pela avenida
feroz o cinza nos dentes da rua
atroz o jazigo de encoberta vereda,
sombrio o raio, sombrio o transparente.
Um triunfo cruel dos pés
no leito raso, catres de asfalto
sob um grande fosso de cérebros;
algoz a vereda, raio mudo;
dedos confrangem a lepra cidadã
envilece num cofre assasssino
empedernido sangue do século;
pare nas ventas dos monitores,
o bastardo filho do século.
O rosto é a pele do concreto
resvalado no cais de cada esquina
nesta pele que se esconde
o libélo do entardecer
epiderme esquiva, apátrida,
as veias de quiméra
escondem a avenida
irrompem beco e estrada
caminho esconso
desse rosto
que tremeluz o atalho
no semblante;
o sobrevir das vastidões
malha desmedida no apontamento
de palavras e letras que me fazem
para um viés de futuro
carpido nos monturos,
rosto recôndito da rua,
escrito e esconso pelas avenidas.
Tullio Stefano
Pó&Teias
feroz o cinza nos dentes da rua
atroz o jazigo de encoberta vereda,
sombrio o raio, sombrio o transparente.
Um triunfo cruel dos pés
no leito raso, catres de asfalto
sob um grande fosso de cérebros;
algoz a vereda, raio mudo;
dedos confrangem a lepra cidadã
envilece num cofre assasssino
empedernido sangue do século;
pare nas ventas dos monitores,
o bastardo filho do século.
O rosto é a pele do concreto
resvalado no cais de cada esquina
nesta pele que se esconde
o libélo do entardecer
epiderme esquiva, apátrida,
as veias de quiméra
escondem a avenida
irrompem beco e estrada
caminho esconso
desse rosto
que tremeluz o atalho
no semblante;
o sobrevir das vastidões
malha desmedida no apontamento
de palavras e letras que me fazem
para um viés de futuro
carpido nos monturos,
rosto recôndito da rua,
escrito e esconso pelas avenidas.
Tullio Stefano
Pó&Teias
não ha desejo não ha travessia
nesse atrio escuro determino
quanto deixarei de ser
liberto do nome e da agonia
não ha passado não ha presente
somente a fome desse viver
insaciado sangue q abomino
desperto coração velho e ausente
não ha esperança não ha morte
mesmo sendo eterna a direção
o corpo antigo ja não existe
não ha desesperança não ha sorte
ha somente signos em profusão
o tempo desse nada q resiste
Alberto lins Caldas
nesse atrio escuro determino
quanto deixarei de ser
liberto do nome e da agonia
não ha passado não ha presente
somente a fome desse viver
insaciado sangue q abomino
desperto coração velho e ausente
não ha esperança não ha morte
mesmo sendo eterna a direção
o corpo antigo ja não existe
não ha desesperança não ha sorte
ha somente signos em profusão
o tempo desse nada q resiste
Alberto lins Caldas
o tempo caminha em meu corpo
seu ritmo é apressado
então escrevo
não com a intenção de amarrá-lo
pois o quero solto
escrevo
pois quando por mim ele tiver passado
por inteiro
não virarei pó
e sim po(ema).
Geraldo de Barros
http://semcatraca.blogspot.com/
seu ritmo é apressado
então escrevo
não com a intenção de amarrá-lo
pois o quero solto
escrevo
pois quando por mim ele tiver passado
por inteiro
não virarei pó
e sim po(ema).
Geraldo de Barros
http://semcatraca.blogspot.com/
segunda-feira, 26 de abril de 2010
esse deserto inquieta
ha dias em q esse deserto
é pura nudez escondida
é um barco entre os olhos
esse deserto é tempestade
coisa inventada delirio
entre pedras e ruinas
esse deserto inquieta
abro o corpo e nada é fragil
distendo o corpo
e só o deserto se abre
o corpo não tem tempo
so o deserto tem corpo
tem olhos tem linguas
esse deserto inquieta
so ele tem labirintos
tem coração tem pernas
so o deserto respira
so o deserto adormece
o deserto sonha
enquanto tou acordado
esse deserto inquieta
so ele sente pressente
so ele se afasta e se fecha
enquanto minhas pernas
minhas mãos se atrofiam
esse deserto sabe tudo
e de tudo vou esquecendo
*
Alberto Lins Caldas
ha dias em q esse deserto
é pura nudez escondida
é um barco entre os olhos
esse deserto é tempestade
coisa inventada delirio
entre pedras e ruinas
esse deserto inquieta
abro o corpo e nada é fragil
distendo o corpo
e só o deserto se abre
o corpo não tem tempo
so o deserto tem corpo
tem olhos tem linguas
esse deserto inquieta
so ele tem labirintos
tem coração tem pernas
so o deserto respira
so o deserto adormece
o deserto sonha
enquanto tou acordado
esse deserto inquieta
so ele sente pressente
so ele se afasta e se fecha
enquanto minhas pernas
minhas mãos se atrofiam
esse deserto sabe tudo
e de tudo vou esquecendo
*
Alberto Lins Caldas
amor
daçado aos pedaços
esse porco precisa
ser calado
indiciado por todos
q ninguem escute
dele nem um gemido
isso pode acon
tecer durante o dia
mas normal
mente durante a noite
é q os melhores venenos
fazem efeito
banho de vinho acido
e vinagre picante
antes do gume afiado
entre vertebras corretas
e o necessario silencio
*
Alberto Lins Caldas
daçado aos pedaços
esse porco precisa
ser calado
indiciado por todos
q ninguem escute
dele nem um gemido
isso pode acon
tecer durante o dia
mas normal
mente durante a noite
é q os melhores venenos
fazem efeito
banho de vinho acido
e vinagre picante
antes do gume afiado
entre vertebras corretas
e o necessario silencio
*
Alberto Lins Caldas
nada esqueci
esses mortos
espalhados
sementes infecundas
no devastado da terra nua
nada esqueci
essa treva na boca
coração jogado aos cães
toda noite ao tempo esgotado
nem o desejo nem o sono partilhado
nada esqueci
colheita de esquecimentos
palavras todos os fins
quase nada jogado ao vento
Alberto Lins Caldas
esses mortos
espalhados
sementes infecundas
no devastado da terra nua
nada esqueci
essa treva na boca
coração jogado aos cães
toda noite ao tempo esgotado
nem o desejo nem o sono partilhado
nada esqueci
colheita de esquecimentos
palavras todos os fins
quase nada jogado ao vento
Alberto Lins Caldas
Máscaras II
En círculos concéntricos
como en un exorcismo
máscara armadura
brebajes amargos
se diluyen
y el aire
flamea vientos
entrepliegues
piel caricia
mano que se tiende
siembraespiga
tierra
lluvia dibujando surcos
senderos de agua
y es tu amor arrancamáscara
rostro desnudo espejo
piedra tirada al río.
Adriana Agrelo
http://www.ciudadseva.com/
como en un exorcismo
máscara armadura
brebajes amargos
se diluyen
y el aire
flamea vientos
entrepliegues
piel caricia
mano que se tiende
siembraespiga
tierra
lluvia dibujando surcos
senderos de agua
y es tu amor arrancamáscara
rostro desnudo espejo
piedra tirada al río.
Adriana Agrelo
http://www.ciudadseva.com/
se...
se teu coração desenhasse
sonhos
madrugadas proibidas
fossem memórias
quentes
invólucros naturais
de sensações palpáveis
notas que por si só
vibrassem
loucas línguas
salivassem
partículas heterogêneas
desprendessem
transmutassem
e entre si
amalgamassem...
...seria a química perfeita
meu amor!
Lúcia Gönczy
http://luciagonczy.blogspot.com/
se teu coração desenhasse
sonhos
madrugadas proibidas
fossem memórias
quentes
invólucros naturais
de sensações palpáveis
notas que por si só
vibrassem
loucas línguas
salivassem
partículas heterogêneas
desprendessem
transmutassem
e entre si
amalgamassem...
...seria a química perfeita
meu amor!
Lúcia Gönczy
http://luciagonczy.blogspot.com/
sábado, 24 de abril de 2010
NATUREZA
que a vida é o mais cínico e deslavado milagre
eu já nasci sabendo
e que a palavra alegria
está dentro da palavra milagre
quem é que não sabe?//
mas você me pergunta:
“meu amor não basta
para te fazer feliz?”
e eu fico mudo
como um pateta
meu amor, você é tudo
mas a tristeza me completa......
thadeu wojciechowski
eu já nasci sabendo
e que a palavra alegria
está dentro da palavra milagre
quem é que não sabe?//
mas você me pergunta:
“meu amor não basta
para te fazer feliz?”
e eu fico mudo
como um pateta
meu amor, você é tudo
mas a tristeza me completa......
sexta-feira, 23 de abril de 2010
a lavra da palavra quero
quando for pluma mesmo sendo espora
felicidade uma palavra
onde a lavra explora
se é saudade dói mas não demora
e sendo fauna linda como a flora
lua Luanda vem não vá embora
se for poema fogo do desejo
quando for beijo
que seja como agora
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com/
quando for pluma mesmo sendo espora
felicidade uma palavra
onde a lavra explora
se é saudade dói mas não demora
e sendo fauna linda como a flora
lua Luanda vem não vá embora
se for poema fogo do desejo
quando for beijo
que seja como agora
arturgomes
http://pelegrafia.blogspot.com/
Escritura
no dorso pedregoso da
tarde entre as escarpas
frias nas águas
sinuosas pelas
varandas escorregadias
entre as frestas
agrestes das manhãs nas
sombras indecisas pelos
atalhos tortos nos
silêncios esquivos
meu corpo exala teus
sinais
Adair Carvalhais Júnior
tarde entre as escarpas
frias nas águas
sinuosas pelas
varandas escorregadias
entre as frestas
agrestes das manhãs nas
sombras indecisas pelos
atalhos tortos nos
silêncios esquivos
meu corpo exala teus
sinais
Adair Carvalhais Júnior
quarta-feira, 21 de abril de 2010
na maison vert
presunto e cerveja
dois sonetos
e beijos azuis
impostos na boca
se derramam logo
pelo corpo salgado
queimado de sois
folhas secas dormem
no cachimbo de argila
hiatos na guerra
entre dias e noites
q agora vibram de dor
esse relato sutil
é tudo q resta
dos breves dias
do escorpião
Alberto Lins Caldas
presunto e cerveja
dois sonetos
e beijos azuis
impostos na boca
se derramam logo
pelo corpo salgado
queimado de sois
folhas secas dormem
no cachimbo de argila
hiatos na guerra
entre dias e noites
q agora vibram de dor
esse relato sutil
é tudo q resta
dos breves dias
do escorpião
Alberto Lins Caldas
eu disse
“teus olhos são negros
e tua lingua
devora palavras
como gafanhotos
devoram verdes
entre barras nuas
de horizontes”
voce disse sorrindo
“a dor é facil
choro sempre
pra q o mundo não seja
assim tão pesado”
eu ri
tambem
mas com o passar
dos anos
esquecidas todas as
sombras
as oferendas ao tempo
foram bem maiores q a vida
Alberto Lins Caldas
“teus olhos são negros
e tua lingua
devora palavras
como gafanhotos
devoram verdes
entre barras nuas
de horizontes”
voce disse sorrindo
“a dor é facil
choro sempre
pra q o mundo não seja
assim tão pesado”
eu ri
tambem
mas com o passar
dos anos
esquecidas todas as
sombras
as oferendas ao tempo
foram bem maiores q a vida
Alberto Lins Caldas
domingo, 18 de abril de 2010
na clausura dos corpos
a conspiração das formas
a palavra apenas balbucia
amadurecida pelas laminas
depois dias interminaveis
quando nada é indecifravel
elos que não se ligam mais
o tempo a loucura tudo no ar
nada retem nada aprisiona
os vidros dessa sombra insana
o incerto caminhar despojado
sem muito pra celebrar nos passos
desertos sem segredos e ruinas
enquanto a noite se desfaz em po
Alberto Lins Caldas
a conspiração das formas
a palavra apenas balbucia
amadurecida pelas laminas
depois dias interminaveis
quando nada é indecifravel
elos que não se ligam mais
o tempo a loucura tudo no ar
nada retem nada aprisiona
os vidros dessa sombra insana
o incerto caminhar despojado
sem muito pra celebrar nos passos
desertos sem segredos e ruinas
enquanto a noite se desfaz em po
Alberto Lins Caldas
nessa jaula de palavras não
cabe esse furacão de sonhos
essa vingança louca de leo
pardos punição e afronta
devassa marca do fogo
tempo sem fim na porta
da espera onde se recebe
esses beijos estilhaçados
e se engole essa outra
voz essa outra carne esse
agora desgraçado grito
q não se sabe pleno
fragmento de visceras
fome q não se sacia
Alberto Lins Caldas
cabe esse furacão de sonhos
essa vingança louca de leo
pardos punição e afronta
devassa marca do fogo
tempo sem fim na porta
da espera onde se recebe
esses beijos estilhaçados
e se engole essa outra
voz essa outra carne esse
agora desgraçado grito
q não se sabe pleno
fragmento de visceras
fome q não se sacia
Alberto Lins Caldas
Jogo de dados
Cansa-me um pouco essa expectativa de ter algo a dizer, dentro de um compromisso torturado de palavras.Cansa-me seus olhos de espirais, de espera, a exigir sempre mais como num desgaste. Esse sorriso amarelo de canto de boca, que trama o tempo todo ordinário e voraz. Sua dialética canibal a mastigar toda a minha imperfeição, a matar os sonhos, a cuspir pagão como quem não rezou, como quem não jantou. Coabito entre pele, ossos e artérias, entre dramas e gestos mal versados, mas sou pequena demais, afoita demais, com um imaginário abrasador e sinto medo. Fico assustada andando nas ruas enquanto pessoas delirantes passam pra lá e pra cá, tramando com espíritos, assassinatos, suicídios, profanações, cicatrizes e uma fúria de posse. Somos falíveis, morremos no próximo instante num jogo de dados, numa roleta russa ou num abismo qualquer. Cansa-me um pouco essa expectativa...
Mara Araujo
http://www.mara-araujo.blogspot.com/
Mara Araujo
http://www.mara-araujo.blogspot.com/
sexta-feira, 16 de abril de 2010
"Se um ideal, seja ele político ou religioso, se torna absoluto, ele torna-se inumano. Todos nós temos um ideal, mas não o seguimos sempre. Quando uma pessoa age 100% pelo seu ideal, está a um passo do terrorismo. E isso não vale só para a Alemanha nazista, mas para todas as sociedades", Michael Haneke
engastados na escuridão nos devoramos
não posso mais segredei pra tua sombra
?por q não dilaceras teus proprios olhos
os meus tão na tua vida desde sempre
por isso gargalhamos por tanto tempo
quero fugir e queres tambem fugir
evitar esses grãos esses ossos enfim
toma alem disso essa areia essa cinza
calca teus pes no meu peito assim
havera sempre essas ruinas entre nos
Alberto Lins Caldas
não posso mais segredei pra tua sombra
?por q não dilaceras teus proprios olhos
os meus tão na tua vida desde sempre
por isso gargalhamos por tanto tempo
quero fugir e queres tambem fugir
evitar esses grãos esses ossos enfim
toma alem disso essa areia essa cinza
calca teus pes no meu peito assim
havera sempre essas ruinas entre nos
Alberto Lins Caldas
Ancalda
“Es un coloso de pies inocentes,
de paso imposible y goteras en el techo”
Me siento golpeada de caricias
de soles que penetran en mi carne
de corrientes que me ahogan
de besos que restringen pasos
o auroras regalando flores.
Y huérfana soy de tu imágen
de voces y lamentos de la noche
cuando me atraviesan -lunas muertas-
anclada a tu destierro.
Me cubro en el blindaje, y atisbo
el centro inalterable donde aguarda
solitario
un suspiro blanco.
Thelma Sandler
de paso imposible y goteras en el techo”
Me siento golpeada de caricias
de soles que penetran en mi carne
de corrientes que me ahogan
de besos que restringen pasos
o auroras regalando flores.
Y huérfana soy de tu imágen
de voces y lamentos de la noche
cuando me atraviesan -lunas muertas-
anclada a tu destierro.
Me cubro en el blindaje, y atisbo
el centro inalterable donde aguarda
solitario
un suspiro blanco.
Thelma Sandler
quinta-feira, 15 de abril de 2010
o mundo que venci deu-me um amor
um troféu perigoso esse cavalo
carregado de infantes couraçados.
o mundo que venci deu-me um amor
alado, galopando em céus irados
por cima de qualquer muro de credo
por cima de qualquer fosso de sexo.
o mundo que venci deu-me um amor
feito de insulto pranto e riso
amor que força as portas dos infernos
amoré que galga o cume ao paraíso.
amor que dorme e treme, e que desperta
e torna contra mim e me devora
e me rumina em cantos de vitória.
Mário Faustino
http://juras-secretas.blogspot./
um troféu perigoso esse cavalo
carregado de infantes couraçados.
o mundo que venci deu-me um amor
alado, galopando em céus irados
por cima de qualquer muro de credo
por cima de qualquer fosso de sexo.
o mundo que venci deu-me um amor
feito de insulto pranto e riso
amor que força as portas dos infernos
amoré que galga o cume ao paraíso.
amor que dorme e treme, e que desperta
e torna contra mim e me devora
e me rumina em cantos de vitória.
Mário Faustino
http://juras-secretas.blogspot./
segunda-feira, 12 de abril de 2010
“Nas velhas gerações românticas, a notícia gemia com a tragédia, soluçava com a catástrofe e nunca se sabia qual era mais triste, se o fato ou a notícia. Por sua vez, a adesão do repórter era muito mais completa e vital. O profissional que cobria uma enchente tinha que se afogar ou, na melhor das hipóteses, apanhar uma pneumonia; se era um naufrágio, nadava de galochas e guarda-chuva. E a informação tinha, emocionalmente, um impacto muito mais firme e muito mais puro. O sujeito redigia como um canastrão do velho teatro, rugindo as frases e pingando os pontos de exclamação.” Nelson Rodrigues (Flor de Obsessão, 1997)
josephine me falou sobre o ceu da africa
quis saber mais sobre sobre isso
fiquei tentado a acreditar nela
relutando como todo tolo
so depois compreendi o ela contou
ate hoje desvendo minha loucura
e o horror doente dos desertos do mundo
recordando o q ela construiu pra mim
sobre o ceu da africa antes de morrer
coberta de lama...
é bem verdade q ela não disse tudo
sei q algo foi escondido de propósito
com certeza pra não destruir minha vida
porq não há muita diferença quase nada
entre o sol da africa e Josephine.
Alberto Lins Caldas
quis saber mais sobre sobre isso
fiquei tentado a acreditar nela
relutando como todo tolo
so depois compreendi o ela contou
ate hoje desvendo minha loucura
e o horror doente dos desertos do mundo
recordando o q ela construiu pra mim
sobre o ceu da africa antes de morrer
coberta de lama...
é bem verdade q ela não disse tudo
sei q algo foi escondido de propósito
com certeza pra não destruir minha vida
porq não há muita diferença quase nada
entre o sol da africa e Josephine.
Alberto Lins Caldas
Uma, duas, três.
São quantas contou um de vocês.
para sempre estarei entre eles
que não sobraram papéis de feira.
Na terça sorver o gosto do amargo
pigarro de viver.
Entender que poder passar a fase
seria o amanhecer e o acaso
do que nada aconteceria de novo.
Apenas o amor irremediável por algo de novo.
Sim era amor e eu escondi.
Agora sei que continuo amando.
Nas noites frias o cinema para instruir e adocicar
os pensamentos, "refinando" o valor algorítmo.
Tudo aqui é pensamento de fazer valer o martírio.
Onde não aquece a vida se colocam frases de incentivo,
a tentar a voltar a caminhar.
Cada frase cortada é uma gozada de paz interior,
pela centésima vez repetido o lugar-comum da auto-ajuda.
Ainda referência se faz ao sentido da paisagem como
se algo de interior se fizesse presente nos momentos de
desabafo e desgasto pelo tempo.
Quando nada nos admira nem sorve do espírito o seu néctar de sangue
coagulado, temos em nós miras de serventes histórias de passar o tempo.
Em cima do telhado, gatos na madrugada, fadados ao desencontro do próprio
espaço.
De aço a centelha de entendimento para sempre estar vivendo algo de momento.
Poderiam ao menos apagar a história e colocar no lugar um cata-vento proposital.
Sonhar em cansar os ventos é mister refratário da alma em significar o futuro.
Não saberemos quem cessa de viver até que alguém diga basta pela primeira vez,
que terá de ser repetida. E sofremos mais ainda pelo tédio absoluto.
Fornecemos coordenadas culturais para os manjares da solidão para
que não caia no esquecimento as feiras e os bares de tentar.
Essa saga por momentos de solenidade e prazer estético.
Velejar homens em busca de satisfação do entendimento,
do que é ser deus em busca de poder e contentamento.
Ainda há de ser significada a pairagem do ser em somas
e arroubos de máscaras retiradas em busca de ser o sedimento
da alma para fundar uma casa de si mesmo em busca
de morar no mundo do sentimento.
Anderson Carlos Maciel
São quantas contou um de vocês.
para sempre estarei entre eles
que não sobraram papéis de feira.
Na terça sorver o gosto do amargo
pigarro de viver.
Entender que poder passar a fase
seria o amanhecer e o acaso
do que nada aconteceria de novo.
Apenas o amor irremediável por algo de novo.
Sim era amor e eu escondi.
Agora sei que continuo amando.
Nas noites frias o cinema para instruir e adocicar
os pensamentos, "refinando" o valor algorítmo.
Tudo aqui é pensamento de fazer valer o martírio.
Onde não aquece a vida se colocam frases de incentivo,
a tentar a voltar a caminhar.
Cada frase cortada é uma gozada de paz interior,
pela centésima vez repetido o lugar-comum da auto-ajuda.
Ainda referência se faz ao sentido da paisagem como
se algo de interior se fizesse presente nos momentos de
desabafo e desgasto pelo tempo.
Quando nada nos admira nem sorve do espírito o seu néctar de sangue
coagulado, temos em nós miras de serventes histórias de passar o tempo.
Em cima do telhado, gatos na madrugada, fadados ao desencontro do próprio
espaço.
De aço a centelha de entendimento para sempre estar vivendo algo de momento.
Poderiam ao menos apagar a história e colocar no lugar um cata-vento proposital.
Sonhar em cansar os ventos é mister refratário da alma em significar o futuro.
Não saberemos quem cessa de viver até que alguém diga basta pela primeira vez,
que terá de ser repetida. E sofremos mais ainda pelo tédio absoluto.
Fornecemos coordenadas culturais para os manjares da solidão para
que não caia no esquecimento as feiras e os bares de tentar.
Essa saga por momentos de solenidade e prazer estético.
Velejar homens em busca de satisfação do entendimento,
do que é ser deus em busca de poder e contentamento.
Ainda há de ser significada a pairagem do ser em somas
e arroubos de máscaras retiradas em busca de ser o sedimento
da alma para fundar uma casa de si mesmo em busca
de morar no mundo do sentimento.
Anderson Carlos Maciel
domingo, 11 de abril de 2010
Instabilidade
Eu fui dizer ao vento o que eu te disse
e o vento repetiu-o em toda parte,
tantas vezes que a idéia de abraçar-te
virou obsessão, ficou difícil
mudar de idéia. Eu dei-me conta disso
o dia em que me achei a procurar-te
no desvão entre a vida e o precipício
exatamente onde tua andas… A arte
delicada de amar somada ao vento
torna-se exercício irresponsável,
mas não foi culpa minha: do momento
em que eu fui misturar-te ao inflexível
perdi-te, ou me perdi, não sei… Lamento
ver-nos no vento, ó meu amor instável!
(A balada do cárcere – Bruno Tolentino)
e o vento repetiu-o em toda parte,
tantas vezes que a idéia de abraçar-te
virou obsessão, ficou difícil
mudar de idéia. Eu dei-me conta disso
o dia em que me achei a procurar-te
no desvão entre a vida e o precipício
exatamente onde tua andas… A arte
delicada de amar somada ao vento
torna-se exercício irresponsável,
mas não foi culpa minha: do momento
em que eu fui misturar-te ao inflexível
perdi-te, ou me perdi, não sei… Lamento
ver-nos no vento, ó meu amor instável!
(A balada do cárcere – Bruno Tolentino)
não recordo
essa vida nunca foi festa
vinho ou corações perdidos
nem a pele uma so
nem pernas nem olhos nem lingua ou mãos
a miseria o odio
animal violento
cego estrangulando
idiota afogado no sangue
sorvendo lama bem antes da loucura
mundo sem chave mundo sem mundo
o corpo o sofrimento o tormento o corpo
esse demonio nem sonha
nem dorme mais.
Alberto Lins Caldas
essa vida nunca foi festa
vinho ou corações perdidos
nem a pele uma so
nem pernas nem olhos nem lingua ou mãos
a miseria o odio
animal violento
cego estrangulando
idiota afogado no sangue
sorvendo lama bem antes da loucura
mundo sem chave mundo sem mundo
o corpo o sofrimento o tormento o corpo
esse demonio nem sonha
nem dorme mais.
Alberto Lins Caldas
quarta-feira, 7 de abril de 2010
"Entretanto não vacilou. Resgatou na zona abissal do seu íntimo os últimos resquícios de dignidade,
jogou "agua na cara" e foi dar sua veia a uma estranha..."
http://luciagonczy.blogspot.com//
Lúcia Gonczy
jogou "agua na cara" e foi dar sua veia a uma estranha..."
http://luciagonczy.blogspot.com//
Lúcia Gonczy
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Pés
Por muito tempo, meus pés serviram para caminhar. Levar-me pra lá e pra cá, pisar na lama, torrar nas pedras quentes do meio-dia. Sempre tive muitas cócegas nos pés. Você descobriu por acaso e passou a me torturar com os dedos leves. Depois vieram os beijos e depois a língua. Aos poucos, meus pés não queriam mais caminhar. Desejavam a boca que os tinham desviado dos antigos caminhos. Hoje, meu corpo começa pelos pés.
Lia Beltrão
Elementos
Ânima lume
acende corpos
e devasta matas
Ânima hálito
queima e aquece
segundo o desejo
Ânima sólida
brota safras
de lírios e urtigas
Ânima líquida
jorra em fontes
e goteja visgos.
Lia Beltrão
acende corpos
e devasta matas
Ânima hálito
queima e aquece
segundo o desejo
Ânima sólida
brota safras
de lírios e urtigas
Ânima líquida
jorra em fontes
e goteja visgos.
Lia Beltrão
domingo, 4 de abril de 2010
a face na contraface do tempo:
o riso se houve não pode haver:
havendo o olhar o olhar se perde:
havia carne e desejo ?porq não:
?sem a palavra como saber enfim:
depois a loucura os sentidos o no:
mas em tudo o alem o depois assim:
cada forma cada hiato plenamente:
os livros as horas o sonho inteiro:
cada movimento assiste o ...instante:
nascer viver morrer nos labirintos:
a mascara tantos papeis a tormenta:
o silencio traça essa linha o silencio:
na origem as fronteiras submergem:
Alberto Lins Caldas
o riso se houve não pode haver:
havendo o olhar o olhar se perde:
havia carne e desejo ?porq não:
?sem a palavra como saber enfim:
depois a loucura os sentidos o no:
mas em tudo o alem o depois assim:
cada forma cada hiato plenamente:
os livros as horas o sonho inteiro:
cada movimento assiste o ...instante:
nascer viver morrer nos labirintos:
a mascara tantos papeis a tormenta:
o silencio traça essa linha o silencio:
na origem as fronteiras submergem:
Alberto Lins Caldas
sábado, 3 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
se eu não beber teus olhos
não serei eu nem mais ninguém
quando tocar teus dentes
desço garganta mais além
quando roçar teu íntimo
onde o ser é mais intenso
jura secreta não penso
bebo em teus cios também
Artur Gomes
http://goytacity.blogspot.com/
não serei eu nem mais ninguém
quando tocar teus dentes
desço garganta mais além
quando roçar teu íntimo
onde o ser é mais intenso
jura secreta não penso
bebo em teus cios também
Artur Gomes
http://goytacity.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)