Onde Curitiba esconde
o marfim de seus elefantes
mortos?
Nas intransigentes ruas
sem saída?
No copos sem alma
de sua nobre boemia?
Na maquiagem que quer livrar
sua cara
desumanizada?
Ou no sorriso banguela
da sua
Boca inchada?
Pervertida e dissimulada
a polaquinha rebola na XV,
uma piscadela para o estrangeiro
capital
a viatura policial indica o lugar
do POVO
Piás vestidos de papel e alumínio
sem esmola e sem futuro
cruzam com madames poodle que
cintilam no escuro.
Na Paula Gomes ou na Trajano Reis,
na Conselheiro Laurindo ou na André de Barros,
na Cruz Machado ou no Batel, Curitiba tenta
se livrar do tédio!
Plano piloto por sobre um cemitério
indígena
É no km 65 da Serra do Mar
que ainda sangra
a autonomia da Curitibranda,
nossa inexpressividade
nacional
O banzo da província
cedeu ao underground
xintoísta? Ou está
injetado nas estações
tubo?
Curitiba digere
àquele que nela se perde
O elefante de pelúcia,
moribundo
caminha vinte e quatro quadros
por segundo!
Ricardo Pozzo
Pó&Teias
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