segunda-feira, 12 de abril de 2010

Uma, duas, três.

São quantas contou um de vocês.

para sempre estarei entre eles

que não sobraram papéis de feira.

Na terça sorver o gosto do amargo

pigarro de viver.

Entender que poder passar a fase

seria o amanhecer e o acaso

do que nada aconteceria de novo.

Apenas o amor irremediável por algo de novo.

Sim era amor e eu escondi.

Agora sei que continuo amando.

Nas noites frias o cinema para instruir e adocicar

os pensamentos, "refinando" o valor algorítmo.

Tudo aqui é pensamento de fazer valer o martírio.

Onde não aquece a vida se colocam frases de incentivo,

a tentar a voltar a caminhar.

Cada frase cortada é uma gozada de paz interior,

pela centésima vez repetido o lugar-comum da auto-ajuda.

Ainda referência se faz ao sentido da paisagem como

se algo de interior se fizesse presente nos momentos de

desabafo e desgasto pelo tempo.

Quando nada nos admira nem sorve do espírito o seu néctar de sangue

coagulado, temos em nós miras de serventes histórias de passar o tempo.

Em cima do telhado, gatos na madrugada, fadados ao desencontro do próprio

espaço.

De aço a centelha de entendimento para sempre estar vivendo algo de momento.

Poderiam ao menos apagar a história e colocar no lugar um cata-vento proposital.

Sonhar em cansar os ventos é mister refratário da alma em significar o futuro.

Não saberemos quem cessa de viver até que alguém diga basta pela primeira vez,

que terá de ser repetida. E sofremos mais ainda pelo tédio absoluto.

Fornecemos coordenadas culturais para os manjares da solidão para

que não caia no esquecimento as feiras e os bares de tentar.

Essa saga por momentos de solenidade e prazer estético.

Velejar homens em busca de satisfação do entendimento,

do que é ser deus em busca de poder e contentamento.

Ainda há de ser significada a pairagem do ser em somas

e arroubos de máscaras retiradas em busca de ser o sedimento

da alma para fundar uma casa de si mesmo em busca

de morar no mundo do sentimento.
 
Anderson Carlos Maciel

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