Uma, duas, três.
São quantas contou um de vocês.
para sempre estarei entre eles
que não sobraram papéis de feira.
Na terça sorver o gosto do amargo
pigarro de viver.
Entender que poder passar a fase
seria o amanhecer e o acaso
do que nada aconteceria de novo.
Apenas o amor irremediável por algo de novo.
Sim era amor e eu escondi.
Agora sei que continuo amando.
Nas noites frias o cinema para instruir e adocicar
os pensamentos, "refinando" o valor algorítmo.
Tudo aqui é pensamento de fazer valer o martírio.
Onde não aquece a vida se colocam frases de incentivo,
a tentar a voltar a caminhar.
Cada frase cortada é uma gozada de paz interior,
pela centésima vez repetido o lugar-comum da auto-ajuda.
Ainda referência se faz ao sentido da paisagem como
se algo de interior se fizesse presente nos momentos de
desabafo e desgasto pelo tempo.
Quando nada nos admira nem sorve do espírito o seu néctar de sangue
coagulado, temos em nós miras de serventes histórias de passar o tempo.
Em cima do telhado, gatos na madrugada, fadados ao desencontro do próprio
espaço.
De aço a centelha de entendimento para sempre estar vivendo algo de momento.
Poderiam ao menos apagar a história e colocar no lugar um cata-vento proposital.
Sonhar em cansar os ventos é mister refratário da alma em significar o futuro.
Não saberemos quem cessa de viver até que alguém diga basta pela primeira vez,
que terá de ser repetida. E sofremos mais ainda pelo tédio absoluto.
Fornecemos coordenadas culturais para os manjares da solidão para
que não caia no esquecimento as feiras e os bares de tentar.
Essa saga por momentos de solenidade e prazer estético.
Velejar homens em busca de satisfação do entendimento,
do que é ser deus em busca de poder e contentamento.
Ainda há de ser significada a pairagem do ser em somas
e arroubos de máscaras retiradas em busca de ser o sedimento
da alma para fundar uma casa de si mesmo em busca
de morar no mundo do sentimento.
Anderson Carlos Maciel
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