segunda-feira, 26 de abril de 2010

nada esqueci


esses mortos

espalhados

sementes infecundas

no devastado da terra nua



nada esqueci

essa treva na boca

coração jogado aos cães

toda noite ao tempo esgotado

nem o desejo nem o sono partilhado



nada esqueci

colheita de esquecimentos

palavras todos os fins

quase nada jogado ao vento

Alberto Lins Caldas

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