Teu rosto é esconso pela avenida
feroz o cinza nos dentes da rua
atroz o jazigo de encoberta vereda,
sombrio o raio, sombrio o transparente.
Um triunfo cruel dos pés
no leito raso, catres de asfalto
sob um grande fosso de cérebros;
algoz a vereda, raio mudo;
dedos confrangem a lepra cidadã
envilece num cofre assasssino
empedernido sangue do século;
pare nas ventas dos monitores,
o bastardo filho do século.
O rosto é a pele do concreto
resvalado no cais de cada esquina
nesta pele que se esconde
o libélo do entardecer
epiderme esquiva, apátrida,
as veias de quiméra
escondem a avenida
irrompem beco e estrada
caminho esconso
desse rosto
que tremeluz o atalho
no semblante;
o sobrevir das vastidões
malha desmedida no apontamento
de palavras e letras que me fazem
para um viés de futuro
carpido nos monturos,
rosto recôndito da rua,
escrito e esconso pelas avenidas.
Tullio Stefano
Pó&Teias
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