segunda-feira, 12 de abril de 2010

“Nas velhas gerações românticas, a notícia gemia com a tragédia, soluçava com a catástrofe e nunca se sabia qual era mais triste, se o fato ou a notícia. Por sua vez, a adesão do repórter era muito mais completa e vital. O profissional que cobria uma enchente tinha que se afogar ou, na melhor das hipóteses, apanhar uma pneumonia; se era um naufrágio, nadava de galochas e guarda-chuva. E a informação tinha, emocionalmente, um impacto muito mais firme e muito mais puro. O sujeito redigia como um canastrão do velho teatro, rugindo as frases e pingando os pontos de exclamação.” Nelson Rodrigues (Flor de Obsessão, 1997)

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