“[...] un pueblo pálido y azul / de ti recién nacido se alimenta.”
Neruda
O azul dos teus olhos transfoge
e vem fazer parte da treva.
Pessoas e coisas azuis
movem-se a tua volta,
têm os ossos da sombra, a tez da luz.
Robe aberto, seio levemente fosforescente.
Fumaça que se enovela, espalha.
Tudo está dito, entendido. Sorrimos, então.
A rua distante arqueja.
O gato, eletrizado e negro, sólido e líquido
merece o teu afago.
Janela que filtra a noite, a chuva.
Gotas luminosas de blues.
Um beijo de licor, e recomeço.
Igor Buys
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