sábado, 21 de maio de 2011

AZUL, NEGRO, SILÊNCIO E GRIS.

“[...] un pueblo pálido y azul / de ti recién nacido se alimenta.”

Neruda





O azul dos teus olhos transfoge

e vem fazer parte da treva.

Pessoas e coisas azuis

movem-se a tua volta,

têm os ossos da sombra, a tez da luz.



Robe aberto, seio levemente fosforescente.

Fumaça que se enovela, espalha.

Tudo está dito, entendido. Sorrimos, então.



A rua distante arqueja.

O gato, eletrizado e negro, sólido e líquido

merece o teu afago.

Janela que filtra a noite, a chuva.

Gotas luminosas de blues.

Um beijo de licor, e recomeço.





Igor Buys

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