sábado, 21 de maio de 2011

Eu vi uma nuvem mesmo.


Eu disse: vira tigre, nuvem!, ou então vira peixe, formiga, cavalo-marinho.

E a nuvem teimosa retrucou-me: sou nuvem, querido, nuvem! não me venha com animalidades terrenas. Sou alta e etérea, querido, alta e etérea! por que será que você tá aí embaixo, mínimo, com a cabeça levantada, tentando me animalizar? Olha pra você, seu animal incapaz de vôo!

E a nuvem virou-me as costas e seguiu, alta e etérea, como disse-me que era. Eu me curvei humilhado e mais humilhado fiquei quando percebi que um bando de borboletas rindo da minha cara

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