segunda-feira, 17 de junho de 2013

vento negro



eles virão dos subúrbios congelados
óleo expelido na música de corpos descascados
mágicas vermelhas vísceras & sementes
enterradas nos despenhadeiros do sangue
rubis de furacões paralisados
nevroses & tempestades de adagas
tesudas coxas esquartejadas
vapores da loucura formigas desmapeando cidades
uma chuva sem termos uma comunhão
de verbos torturados
palavras do sonho nos altares sem memórias
eles virão nas paranoias transcendentes
arderão nos desfiladeiros de ferro & convulsão
as babas das vidrarias os sexos iridescentes
eles virão debochados transfigurados indecentes
& as sinfonias serão arrancadas dos ossos
dos prédios onde hibernam as borboletas da treva
sentidos demolidos nos manequins do absurdo
imagens moídas nos computadores turvos
eles virão transbordados desirmanados
furacões de pesadelos tardos
sol por todos os poros a nos desinventar

afonso henriques neto

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