quinta-feira, 28 de abril de 2016

Lenda da Cigana da Semeadura


Na Idade Antiga, existia uma cigana chamada Elísia. Um certo dia, ela sonhou com Santa Sara que disse-lhe:
- Sua missão é tornar-se a cigana da semeadura jogando sementes através da dança com sua saia de babado, no solo dos agricultores que merecem. Mas para saber quem merece esta dádiva faça o seguinte:
- Quando avistar uma plantação com problemas, vista-se de mendiga. Então bata na porta dos proprietários deste lugar e peça uma esmola. Se os donos derem uma prenda, é sinal de que merecem uma nova semeadura. Porém se não derem, significa que eles não merecem esta sua ajuda.
A partir deste dia, Elísia seguiu os conselhos da santa. Toda a vez que lhe davam uma esmola, a garota pegava sementes, colocava nos babados da sua saia e dançava espalhando estes grãos no solo, que cresciam com toda a força e traziam prosperidade aos locais.
O tempo passou e esta cigana faleceu. Quando chegou ao céu, São Pedro falou:
- Seu espírito terá uma nova missão na Terra:                     
- Você reencarnará no futuro. Assim quando avistar pessoas, da cidade, que precisem de ajuda, se vista de esfarrapada e peça esmolas a elas. Se estas criaturas derem prendas a você, será sinal que você deverá ajuda-las. Esta será sua missão por toda a eternidade.
Deste jeito, Elísia voltou ao mundo.
Antônio, um amigo meu que era descendente de ciganos, sabia desta lenda. Nos anos noventa, ele trabalhava numa loja de materiais de construção no bairro Uberaba, na cidade de Curitiba. Um certo dia, uma mendiga chegou no balcão e disse-lhe:
- Moço, tem alguma coisa para dar?
Antônio deu a sua marmita, repleta de comida, e depois disse a saudação cigana:
- Optchá!
A jovem respondeu:
- Optchá!
- Aposto que você já sabe quem eu sou.
No final do dia, o rapaz foi promovido à gerente e ganhou um jantar gratuito numa promoção de uma rádio.
Reza a lenda que até hoje a cigana Elísia se disfarça de mendiga para pedir esmolas. Deste jeito quem dá coisas para esta moça, acaba recebendo uma boa surpresa no final do dia.

Luciana do Rocio Mallon

Nenhum comentário: