● polvora molhada lama de neve ●
● passaros famintos acordam a escuridão ●
● o barco reaparece na lama sem saber ●
● isso de manhã cedo quando o mar se vai ●
● refeitos declamam polvora seca lama de neve ●
● quem sabe alguma arraia compreenda ●
● as arraias tão no mar aqui é a grande lama ●
● os mortos declamam polvora molhada ●
● lama de neve enquanto o mar retorna ●
● destroçando tudo pra se refazer amanhã ●
● os mortos q declamam polvora molhada ●
● tocam passaros famintos sombras q voam ●
● mortos não sabem de passaros e palavras ●
● declamam em silencio so polvora molhada ●
● essa noite q nos olha nos olhos declama ●
● lama somente lama polvora molhada lama ●
● o nada q sustenta tudo afunda silenciado ●
● toda noite toda noite noite e nada de nada ●
● so amanhã reaparece da lama e declama ●
● polvora molhada polvora molhada e nada ●
● as arraias olham o abismo e nada de nada ●
● polvora molhada lama de neve ●
● declamam os mortos com o mar distante ●
● nenhum deles escuta compreende ou sabe ●
● tentam gritar pros passaros sim as sombras ●
● quem sabe as arraias compreendam sim sim ●
● ou não se fara nada de nada polvora molhada ●
● porq antes e depois do mar so ha mortos ●
● mortos declamam polvora molhada ●
● não pode ser pra eles nem pras arraias ●
● não pode ser pras sombras isso não não ●
● nada se ouve nada pergunta nada responde ●
● vem o mar pra destroçar sempre sem se ver ●
● teatro de sombras das palavras e dos mortos ●
● lama de neve dentro das palavras imoveis sim ●
● essa noite q nos olha nos olhos declama ●
● o medo q é tudo so pode declamar impotencia ●
● polvora molhada lama de neve e silencio ●
● quando o mar recua e o naufragio se refaz ●
● teatro de sombras teatros do medo do teatro ●
● depois o mar se destroça no duro silencio ●
● nada se ouve nada pergunta nada responde ●
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ALC
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