segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Borboleta

Eu me pergunto
quantas vezes
quis eternizar
os parques da infância
e imortalizar a tarde
por saber que os deveres
me fariam engolir a maioridade?

Quantas vezes
quis guardar sua inocência
por não querer em mim
qualquer maldade?

Todas as vezes
que deixei a porta aberta
foi p'ra você sair e entrar
sempre de bem com a liberdade

Você pode voar, se quiser,
pode escolher seu ar
Mas não se diga livre
por deixar partir
o que mais lhe diz respeito

Você pode partir, se quiser
Mas só que não verá
o meu melhor sorriso:
aquele que guardei p'ro dia
em que tudo fosse eterno.

César Magalhães Borges
in Canto Bélico

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