Tem dias que eu derramo coisas ácidas pelo caminho,
tipo intempéries da alma, nada que se aproveite depois,
e ao olhar para traz eu percebo minha história em decomposição.
Tem dias que eu desprezo as flores e colho os espinhos,
e por mais que critiquem minha loucura,
teimo em fazer sangrias na pele ressequida pela solidão.
Tem dias que brinco de colecionar filetes de pedra,
e por mais que lhes possa parecer estranho,
com eles cometo poesia de pura transgressão.
Tem dias que as palavras maceram poemas sujos,
beija-flor vez por outra mergulha no mangue...
Faz parte da evolução!
Naldovelho
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