quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
minu[ T ]os
O TEMPO PREGOU A PEÇA
e o relógio se perdeu.
na escrivaninha o homem criou uma peça
com os olhos no relógio
QUE A TORTO O TEMPO MARCAVA
E o homem perdeu SEU TEMPO
ficou velho, careca e com ALGUNS resquício GRISALHOS
NO TEMPO DE SUA PEÇA
o homem ficou sábio
com os olhos no relógio
esqueceu do mundo DESTE TEMPO
O mundo prega peças
ANTES DO FIM - DE CADA UM.
PERDENDO-SE NO GIRO DO PONTEIRO
Esqueceu-se quem era:
se foRAM AS LEMBRANÇAs,
Que no tempo ficou.
E Perdido por todo o tempo,
De passar tão lento...
Um destes se foi.
BuscANDO saber:
Se era o tempo; a peça;
a escrivaninha ou
o relógio...
PERCEBO Q’era o homem,
Que por tanto contar às horas
se matou DE TÉDIO.
(SE MATOU DE TÉDIO)
Alexandre Barros
e o relógio se perdeu.
na escrivaninha o homem criou uma peça
com os olhos no relógio
QUE A TORTO O TEMPO MARCAVA
E o homem perdeu SEU TEMPO
ficou velho, careca e com ALGUNS resquício GRISALHOS
NO TEMPO DE SUA PEÇA
o homem ficou sábio
com os olhos no relógio
esqueceu do mundo DESTE TEMPO
O mundo prega peças
ANTES DO FIM - DE CADA UM.
PERDENDO-SE NO GIRO DO PONTEIRO
Esqueceu-se quem era:
se foRAM AS LEMBRANÇAs,
Que no tempo ficou.
E Perdido por todo o tempo,
De passar tão lento...
Um destes se foi.
BuscANDO saber:
Se era o tempo; a peça;
a escrivaninha ou
o relógio...
PERCEBO Q’era o homem,
Que por tanto contar às horas
se matou DE TÉDIO.
(SE MATOU DE TÉDIO)
Alexandre Barros
segunda-feira, 29 de março de 2010
A ÁGUA
No céu as nuvens aglomeradas formavam figures de uma cachoeira, enquanto a terra árida queimava os pés do sertanejo que ansioso olhava o infinito azul abrigando tanta nuvem. Em sua ignorância daquela região seca,não sabia que ali tinha tanta água.
Uma brisa passou pelo sertão, o sol aqueceu e a brisa subiu até aquelas nuvens que naquele momento formou a imagem de Nossa Senhora embalando o Menino Jesus.
O sertanejo ajoelhou na terra árida e olhou, olhou, em sua face marcada pela poeira, as lágrimas desceram e quem de perto visse, juraria que ali formou os espinhos que sangraram Jesus quando estivera na cruz.
Do choro silencioso, foi se transformando em soluços, e lá céu, Nossa Senhora nas nuvens foi se transformando, e seu choro em mais soluços, e de repente sentiu suas lágrimas esfriando, e seu corpo banhado. Ele então percebeu que Nossa Senhora havia sumido, e a chuva lavava seu rosto. Ao longe gritos de alegria rompeu o silencio do sertão, e a água caia sobre o solo. A terra acolheu aquele milagre e o sertanejo de tanta emoção seguiu a correnteza que corria para o açude seco.
Seu corpo desapareceu no açude, e dizem até hoje, que quando a seca está castigando o sertão, as pessoas olham para céu, e quando as nuvens formando rosto do sertanejo que desapareceu no açude, a chuva cai e fertiliza aquela região,que nunca mais teve seca
Lira Vargas
Esse texto foi um desafio de brincadeira feitos entre eu e Patrícia na Semana Santa em Iguaba. Abril /2006. fiz em 13 minutos.
Uma brisa passou pelo sertão, o sol aqueceu e a brisa subiu até aquelas nuvens que naquele momento formou a imagem de Nossa Senhora embalando o Menino Jesus.
O sertanejo ajoelhou na terra árida e olhou, olhou, em sua face marcada pela poeira, as lágrimas desceram e quem de perto visse, juraria que ali formou os espinhos que sangraram Jesus quando estivera na cruz.
Do choro silencioso, foi se transformando em soluços, e lá céu, Nossa Senhora nas nuvens foi se transformando, e seu choro em mais soluços, e de repente sentiu suas lágrimas esfriando, e seu corpo banhado. Ele então percebeu que Nossa Senhora havia sumido, e a chuva lavava seu rosto. Ao longe gritos de alegria rompeu o silencio do sertão, e a água caia sobre o solo. A terra acolheu aquele milagre e o sertanejo de tanta emoção seguiu a correnteza que corria para o açude seco.
Seu corpo desapareceu no açude, e dizem até hoje, que quando a seca está castigando o sertão, as pessoas olham para céu, e quando as nuvens formando rosto do sertanejo que desapareceu no açude, a chuva cai e fertiliza aquela região,que nunca mais teve seca
Lira Vargas
Esse texto foi um desafio de brincadeira feitos entre eu e Patrícia na Semana Santa em Iguaba. Abril /2006. fiz em 13 minutos.
Singladura
El mar es una gran espada innumerable y una plenitud de pobreza.
La llamarada es traducible en ira, el manantial en tiempo, y la cisterna en clara aceptación.
El mar es solitario como un ciego.
El mar es un antiguo lenguaje que ya no alcanzo a descifrar.
En su hondura, el alba es una humilde tapia encalada.
De su confín surge el calor, igual que una humareda.
Impenetrable como de piedra labrada
persiste el mar ante los muchos días.
Cada tarde es un puerto.
Nuestra mirada flagelada de mar camina por su cielo:
Ultima playa blanda, celeste arcilla de las tardes.
¡Qué dulce intimidad la del ocaso en el huraño mar!
Claras como una feria brillan las nubes.
La luna nueva se ha enredado en un mástil.
La misma luna que dejamos bajo un arco de piedra y cuya luz agraciará los sauzales.
En la cubierta, quietamente, yo comparto la tarde con mi hermana, como un trozo de pan.
Jorge Luis Borges (1899-1986.)
La llamarada es traducible en ira, el manantial en tiempo, y la cisterna en clara aceptación.
El mar es solitario como un ciego.
El mar es un antiguo lenguaje que ya no alcanzo a descifrar.
En su hondura, el alba es una humilde tapia encalada.
De su confín surge el calor, igual que una humareda.
Impenetrable como de piedra labrada
persiste el mar ante los muchos días.
Cada tarde es un puerto.
Nuestra mirada flagelada de mar camina por su cielo:
Ultima playa blanda, celeste arcilla de las tardes.
¡Qué dulce intimidad la del ocaso en el huraño mar!
Claras como una feria brillan las nubes.
La luna nueva se ha enredado en un mástil.
La misma luna que dejamos bajo un arco de piedra y cuya luz agraciará los sauzales.
En la cubierta, quietamente, yo comparto la tarde con mi hermana, como un trozo de pan.
Jorge Luis Borges (1899-1986.)
SOLIDARIEDADE
Encontrei solidariedade no olhar de meus cachorrinhos
De meus filhos e ate de minha neta
Encontrei solidariedade em alguns irmãos e em muitos amigos
Encontrei inveja e ódio em pessoas da família, que se gloriou de uns poucos aborrecimentos.
Consegui sorrir, pois mesmo que uns poucos não queiram
Sou capaz de fazer amigos, cresci vendo o mundo nas mais variadas formas
Na miséria do pobre que sofre fome
Na solidão dos hospitais dos enfermos sem esperanças
Na manha que rompe a noite para mais um dia de luta
Na noite que reúne o que se fez de dia
No sorriso que sei dar que sai do coração
No abraço que recebo de muitos que amo,porque
A SOLIDARIEDADE E A GRATIDAO, SÃO SENTIMENTOS
NOBRES COMO O AMOR.
Lira Vargas.
De meus filhos e ate de minha neta
Encontrei solidariedade em alguns irmãos e em muitos amigos
Encontrei inveja e ódio em pessoas da família, que se gloriou de uns poucos aborrecimentos.
Consegui sorrir, pois mesmo que uns poucos não queiram
Sou capaz de fazer amigos, cresci vendo o mundo nas mais variadas formas
Na miséria do pobre que sofre fome
Na solidão dos hospitais dos enfermos sem esperanças
Na manha que rompe a noite para mais um dia de luta
Na noite que reúne o que se fez de dia
No sorriso que sei dar que sai do coração
No abraço que recebo de muitos que amo,porque
A SOLIDARIEDADE E A GRATIDAO, SÃO SENTIMENTOS
NOBRES COMO O AMOR.
Lira Vargas.
domingo, 28 de março de 2010
Prisão da alma
São horas vagas
Em dias etéreos
Em campo estéril
Sou eu no infinito
No vago!
No vazio do teu quarto
Em horas do tédio
Em dias remotos
Sou eu em teus braços
No vazio
No vago
No tédio
Samuel Costa
é poeta em Itajaí
sociedade dos escritores
Em dias etéreos
Em campo estéril
Sou eu no infinito
No vago!
No vazio do teu quarto
Em horas do tédio
Em dias remotos
Sou eu em teus braços
No vazio
No vago
No tédio
Samuel Costa
é poeta em Itajaí
sociedade dos escritores
sexta-feira, 26 de março de 2010
ESSÊNCIA
Às vezes
Sinto-me batendo nas teclas de um piano mudo
Surpreendo-me camponês
Semeando terras estéreis
Vejo-me voando com asas de cera
Cada vez mais alto, tentando alcançar teus olhos
Tentando alcançar com a ponta dos dedos
Uma lágrima que cai com o vento
Uma gota que se estilhaça ao me aproximar
Me faz parar, deitar e chorar
E te abandonar
E te deixar só em tua ilha distante
Longe dos meus versos azuis
Longe do meu olhar suplicante
Nunca saberás, então
Quanta saudade sentirei no primeiro segundo
No instante em que me rasgar tua ausência
Nunca saberás qual é o gosto de minha essência
Não posso mais vagar pelas trevas
De tua velha mansão em ruínas
Não consigo buscar-te às cegas
Numa queda livre que nunca termina
No entanto
Se tudo que fomos foi poesia
Deixo-te uma garrafa de minha essência
Infelizmente
Vazia.
Eduardo Barcellos Penteado
Sinto-me batendo nas teclas de um piano mudo
Surpreendo-me camponês
Semeando terras estéreis
Vejo-me voando com asas de cera
Cada vez mais alto, tentando alcançar teus olhos
Tentando alcançar com a ponta dos dedos
Uma lágrima que cai com o vento
Uma gota que se estilhaça ao me aproximar
Me faz parar, deitar e chorar
E te abandonar
E te deixar só em tua ilha distante
Longe dos meus versos azuis
Longe do meu olhar suplicante
Nunca saberás, então
Quanta saudade sentirei no primeiro segundo
No instante em que me rasgar tua ausência
Nunca saberás qual é o gosto de minha essência
Não posso mais vagar pelas trevas
De tua velha mansão em ruínas
Não consigo buscar-te às cegas
Numa queda livre que nunca termina
No entanto
Se tudo que fomos foi poesia
Deixo-te uma garrafa de minha essência
Infelizmente
Vazia.
Eduardo Barcellos Penteado
quinta-feira, 25 de março de 2010
PLATONIFICANDO
Nada mais certo
Que menos sexo
Mais do mesmo
É muito broxa
Um casal aberto
Desclitoriza o nexo
Corta o membro
Engole em seco a tocha
Que menos sexo
Mais do mesmo
É muito broxa
Um casal aberto
Desclitoriza o nexo
Corta o membro
Engole em seco a tocha
Sérgio Viralobos
quarta-feira, 24 de março de 2010
DOR
DOR
nos olhos:-
[água]
no coração:-
[faca]
na janela:-
[“apenas”]
uma fresta
para matar
os ácaros
Lúcia Gönczy
http://www.luciagonczy.blogspot.com/
nos olhos:-
[água]
no coração:-
[faca]
na janela:-
[“apenas”]
uma fresta
para matar
os ácaros
Lúcia Gönczy
http://www.luciagonczy.blogspot.com/
terça-feira, 23 de março de 2010
Trajetória
não quero a recompensa
dos reconhecimentos
[póstumos]
quero o aqui e agora
o instante, o ato
as coisas que fragmentam
como a fragilidade das borboletas
e as pontes que reconstruo
com a força de um leão
[a cada momento]
sem olhar para trás
Lúcia Gönczy
dos reconhecimentos
[póstumos]
quero o aqui e agora
o instante, o ato
as coisas que fragmentam
como a fragilidade das borboletas
e as pontes que reconstruo
com a força de um leão
[a cada momento]
sem olhar para trás
Lúcia Gönczy
Informes aedos
Curso de criação literária no CELIN
com a Doutora Susan Blum Pessoa
Terças a noite?
celin da XV...
Inscrição no local.
com a Doutora Susan Blum Pessoa
Terças a noite?
celin da XV...
Inscrição no local.
domingo, 21 de março de 2010
[b]eu sei
eu sei,
você vai fugir, vai se esquivar
por ter medo de falar
coisas que eu não quero ouvir.
eu sei,
você vai silenciar
sem saber que só aumenta
minha angustia de entender
o que se passa com você.
também sei,
que o tempo vai passar
e selar nossas tristezas...
pondo as cartas sobre a mesa
vai fechando cicatrizes
mas a fenda que há por dentro
desta ausência tão sentida
ficará ampla , irrestrita
no meu peito para sempre
feito chaga que não cura
e sangra sempre em dias cinzas.
Lúcia Gönczy
você vai fugir, vai se esquivar
por ter medo de falar
coisas que eu não quero ouvir.
eu sei,
você vai silenciar
sem saber que só aumenta
minha angustia de entender
o que se passa com você.
também sei,
que o tempo vai passar
e selar nossas tristezas...
pondo as cartas sobre a mesa
vai fechando cicatrizes
mas a fenda que há por dentro
desta ausência tão sentida
ficará ampla , irrestrita
no meu peito para sempre
feito chaga que não cura
e sangra sempre em dias cinzas.
Lúcia Gönczy
sábado, 20 de março de 2010
Se
Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu…
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê…Se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário…
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão…
Se podes dizer bem de quem te calunia…
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)…
Se podes esperar sem fatigar a esperança…
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho…
Fazer do pensamento um arco de aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho…
Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores…
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores…
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste…
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio a construir de novo…
Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante…
Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre…
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade…
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade…
Se quem conta contigo encontra mais que a conta…
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minute se espraie em séculos fecundos…
Então, á ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!…
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem!…
(RUDYARD KIPLING
- tradução de Féliz Bermudes)
Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu…
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê…Se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário…
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão…
Se podes dizer bem de quem te calunia…
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)…
Se podes esperar sem fatigar a esperança…
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho…
Fazer do pensamento um arco de aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho…
Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores…
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores…
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste…
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio a construir de novo…
Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante…
Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre…
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade…
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade…
Se quem conta contigo encontra mais que a conta…
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minute se espraie em séculos fecundos…
Então, á ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!…
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem!…
(RUDYARD KIPLING
- tradução de Féliz Bermudes)
sexta-feira, 19 de março de 2010
o mudo terror de tua alma em alarde
nem o mais escuro esconde
quer correr mas agora é tarde
quer gritar mas agora é longe
Polacodabarreirinha's Blog
http://www.polacodabarreirinha.wordpress.com/
nem o mais escuro esconde
quer correr mas agora é tarde
quer gritar mas agora é longe
Antonio Thadeu Wojciechowski
Polacodabarreirinha's Blog
http://www.polacodabarreirinha.wordpress.com/
Trama
Sigo largando traços, desligamentos, marcas e uma espécie de culpa por ter sempre desejado demais,amado demais, sentido demais. Atravessado domínios, cercas e extremos numa euforia de raiz, de mato, de vento que se espalha rápido como chuva de verão, absorvendo todo o conteúdo, todo o envolvimento censurável... E acorrentei toda a fantasia sem me importar e vivi, toda a beleza dos instantes, das sensações, de estar viva pulsando. Corri todos os riscos, comendo, bebendo estrelas e sóis de todos os planetas, de todo o mistério que não se determina.Tudo que flutua, numa singularidade de unicórnio com esse meu jeito vadio, inconseqüente e sonhador.Sigo largando traços e alguma coisa dentro de mim que estranha, meio selvagem, obstinada e primitiva. Fujo das ruas, guardo todas as fantasias e como flores nessa hora física que determina.Com um sentimento como de culpa, de desordem, de não aceitação, medo, ou falta de espaço. Me refugio no teto, num canto seguro, cheia de tramas, plumas e ardis...
Mara Araujo
O restante do texto pode ser encontrado em :
http://www.mara-araujo.blogspot.com/
Mara Araujo
O restante do texto pode ser encontrado em :
http://www.mara-araujo.blogspot.com/
quarta-feira, 17 de março de 2010
Al buen callar...
[Cuento. Texto completo]
Emilia Pardo Bazán
No tenían más hijo que aquel los duques de Toledo, pero era un niño como unas flores; sano, apuesto, intrépido, y, en la edad tierna, de condición tan angelical y noble, que le amaban sus servidores punto menos que sus padres. Traíale su madre vestido de terciopelo que guarnecían encajes de Holanda, luciendo guantes de olorosa gamuza y brincos y joyeles de pedrería en el cintillo del birrete; y al mirarle pasar por la calle, bizarro y galán cual un caballero en miniatura, las mujeres le echaban besos con la punta de los dedos, las vejezuelas reían guiñando el ojo para significar «¡Quién te verá a los veinte!», y los graves beneficiados y los frailes austeros, sacando la cabeza de la capucha y las manos de las mangas, le enviaban al paso una bendición.
Sin embargo, el duque de Toledo, aunque muy orgulloso de su vástago, observaba con inquietud creciente una mala cualidad que tenía, y que según avanzaba en edad el niño don Sancho iba en aumento. Consistía el defecto en una especie de manía tenacísima de cantar la verdad a troche y moche, viniese a cuento o no viniese, en cualquier asunto y delante de cualquier persona. Cortesano viejo ya el duque de Toledo, ducho en saber que en la corte todo es disfraz, adivinaba con terror que su hijo, por más alentado, generoso, listo y agudo que se mostrase, jamás obtendría el alto puesto que le era debido en el mundo, si no corregía tan funesta propensión.
-Reñida está la discreción con la verdad: como que la verdad es a menudo la indiscreción misma -advertía a su hijo el duque-. Por la boca solemos morir como los simples peces, y no es muerte propia de hombre avisado, sino de animal bruto, frío y torpe -solía añadir.
Corríase y afligíase el rapaz de tales reprensiones y advertencias, y persuadido de que erraba al ser tan sincero, proponía en su corazón enmendarse; pero su natural no lo consentía: una fuerza extraña le traía la verdad a los labios, no dándole punto de reposo hasta que la soltaba por fin, con gran aflicción del duque, que se mataba en repetir:
-Hijo Sancho, mira que lo que haces... La verdad es un veneno de los más activos; pero en vez de tomarse por la boca, sale de ella. Esparcida en el aire, es cuando mata. Si tan atractiva te parece la fatal verdad, guárdala en ti y para ti; no la repartas con nadie, y a nadie envenenarás.
Acaeció, pues, que frisando en los trece años y siendo cada vez más lindo, dispuesto y gentil el hijo de los duques de Toledo, un día que la reina salió a oír misa de parida a la catedral, hubo de verle al paso, y prendada de su apostura y de la buena gracia con que le hizo una reverencia profundísima, quiso informarse de quién era, y apenas lo supo, llamó al duque y con grandes instancias le pidió a don Sancho para paje de su real persona. Más aterrado que lisonjeado, participó el duque a su hijo el honor que les dispensaba la reina.
-Aquí de mis recelos, aquí del peligro, Sancho... Tu funesto achaque de veracidad ahora es cuando va a perderte y perdernos. Si la reserva y el arte de bien callar son siempre provechosas, en la cámara de los reyes son indispensables, te lo juro.
-Antes pienso, padre -replicó el precoz don Sancho-, que al lado de los reyes, por ser ellos figura e imagen de Dios, alentará la verdad misma. No cabrá en ellos mentira ni acción que deba ser oculta o reservada.
Confuso y perplejo dejó la respuesta al duque, pues le escarabajeaban en la memoria ciertas murmuraciones cortesanas referentes a liviandades y amoríos regios; pero tomando aliento:
-No, hijo -exclamó por fin-, no es así como tú supones... Cuando seas mayor y tu razón madure, entenderás estos enigmas. Por ahora solo te diré que si vas a la corte resuelto a decir verdades, mejor será que tomes ya mi cabeza y se la entregues al verdugo.
Cabizbajo y melancólico se quedó algún tiempo don Sancho, hasta que, como el que promete, extendió la mano con extraña gravedad, impropia de su juventud.
-Yo sé el remedio -afirmó. Mentir me es imposible, pero no así guardar silencio. Haced vos, padre, correr la voz de que un accidente me ha privado del habla, y yo os prometo, por dispensaros favor, ser mudo hasta el último día de mi vida si es preciso.
Pareció bien el arbitrio al duque y divulgó lo de la mudez; siendo lo notable del caso que la reina, sabedora de que el bello rapaz era mudo, mostró alegría suma y mayor empeño en tenerle a su servicio y órdenes. En efecto, desde aquel día asistió don Sancho como paje en la cámara de la reina, sellados los labios por el candado de la voluntad, viendo y oyendo todo cuanto ocurría, pero sin medios de propalarlo. Poco a poco la reina iba cobrándole extremado cariño. Sancho se pasaba las horas muertas echado en cojines de terciopelo al pie del sillón de su ama y recostando la cabeza en sus faldas, mientras ella con la fina mano cargada de sortijas le acariciaba maternalmente los oscuros y sedosos bucles. Las primeras veces que don Sancho fue encargado de abrir la puerta secreta a cierto magnate, y le vio penetrar furtivamente y a deshora en el camarín, y a la reina echarle al cuello los brazos, el pajecillo se dolió, se indignó, y, a poder soltar la lengua, Dios sabe la tragedia que en el palacio se arma. Por fortuna, Sancho era mudo; oía, eso sí, y las pláticas de los dos enamorados le pusieron al corriente de cosas harto graves, de secretos de Estado y familia; entre otros, de que el rey, a su vez, salía todas las noches con maravilloso recato a visitar a cierta judía muy hermosa, por quien olvidaba sus obligaciones de esposo y de monarca, y merced a cuyo influjo protegía desmedidamente a los hebreos, con perjuicio de sus reinos y mengua de sus tesoros. Envuelta en el misterio esta intriga, no la sabían más que el magnate y la reina; y don Sancho, trasladando su indignación del delito de la mujer al del marido, celebró nuevamente no haber tenido voz, porque así no se veía en riesgo de revelar verdad tan infame. Pasado algún tiempo, la confianza con que se hablaban delante del mudo pajecillo instruyó a éste de varias maldades gordas que se tramaban en la corte: supo cómo el privado, disimuladamente, hacía mangas y capirotes de la hacienda pública, y cómo el tío del rey conspiraba para destronarle, con otras infinitas tunantadas y bellaquerías que a cada momento soliviantaban y encrespaban la cólera y la virtuosa impaciencia de don Sancho, poniendo a prueba su constancia, en el mutismo absoluto a que se había comprometido.
Sucedía entretanto que le amaban todos mucho, porque aquel lindo paje silencioso, tan hidalgo y tan obediente, jamás había causado daño alguno a nadie. No hay para qué decir si le favorecían las damas, viéndole tan gentil y estando ciertas de su discreción; y desde el rey hasta el último criado, todos le deseaban bienes. Tanto aumentó su crédito y favor, que al cumplir los veinte años y tener que dejar su oficio de paje por el noble empleo de las armas, colmáronle de mercedes a porfía el rey, la reina, el privado y el infante, acrecentando los honores y preeminencias de su casa y haciéndole donación de alcaldías, fortalezas, villas y castillos. Y cuando, húmedas las mejillas de beso empapado de lágrimas con que le despidió la reina, que le quería como a otro hijo; oprimido el cuello con el peso de la cadena de oro que acababa de ceñirle el rey, salió don Sancho del alcázar y cabalgó en el fogoso andaluz de que el infante le había hecho presente; al ver cuántos males había evitado y cuántas prosperidades había traído su extraña determinación, tentóse la lengua con los dientes, y, meditabundo, dijo para sí (pues para los demás estaba bien determinado a no decir oxte ni moxte): «A la primera palabra que sueltes al aire, lengua mía, con estos dientes o con mi puñal te corto y te echo a los canes.»
Hay eruditos que sostienen la opinión de que de esta historia procede la frase vulgar, sin otra explicación plausible: «Al buen callar llaman Sancho.»
FIN
Fonte: http://www.ciudadseva.com/
Emilia Pardo Bazán
No tenían más hijo que aquel los duques de Toledo, pero era un niño como unas flores; sano, apuesto, intrépido, y, en la edad tierna, de condición tan angelical y noble, que le amaban sus servidores punto menos que sus padres. Traíale su madre vestido de terciopelo que guarnecían encajes de Holanda, luciendo guantes de olorosa gamuza y brincos y joyeles de pedrería en el cintillo del birrete; y al mirarle pasar por la calle, bizarro y galán cual un caballero en miniatura, las mujeres le echaban besos con la punta de los dedos, las vejezuelas reían guiñando el ojo para significar «¡Quién te verá a los veinte!», y los graves beneficiados y los frailes austeros, sacando la cabeza de la capucha y las manos de las mangas, le enviaban al paso una bendición.
Sin embargo, el duque de Toledo, aunque muy orgulloso de su vástago, observaba con inquietud creciente una mala cualidad que tenía, y que según avanzaba en edad el niño don Sancho iba en aumento. Consistía el defecto en una especie de manía tenacísima de cantar la verdad a troche y moche, viniese a cuento o no viniese, en cualquier asunto y delante de cualquier persona. Cortesano viejo ya el duque de Toledo, ducho en saber que en la corte todo es disfraz, adivinaba con terror que su hijo, por más alentado, generoso, listo y agudo que se mostrase, jamás obtendría el alto puesto que le era debido en el mundo, si no corregía tan funesta propensión.
-Reñida está la discreción con la verdad: como que la verdad es a menudo la indiscreción misma -advertía a su hijo el duque-. Por la boca solemos morir como los simples peces, y no es muerte propia de hombre avisado, sino de animal bruto, frío y torpe -solía añadir.
Corríase y afligíase el rapaz de tales reprensiones y advertencias, y persuadido de que erraba al ser tan sincero, proponía en su corazón enmendarse; pero su natural no lo consentía: una fuerza extraña le traía la verdad a los labios, no dándole punto de reposo hasta que la soltaba por fin, con gran aflicción del duque, que se mataba en repetir:
-Hijo Sancho, mira que lo que haces... La verdad es un veneno de los más activos; pero en vez de tomarse por la boca, sale de ella. Esparcida en el aire, es cuando mata. Si tan atractiva te parece la fatal verdad, guárdala en ti y para ti; no la repartas con nadie, y a nadie envenenarás.
Acaeció, pues, que frisando en los trece años y siendo cada vez más lindo, dispuesto y gentil el hijo de los duques de Toledo, un día que la reina salió a oír misa de parida a la catedral, hubo de verle al paso, y prendada de su apostura y de la buena gracia con que le hizo una reverencia profundísima, quiso informarse de quién era, y apenas lo supo, llamó al duque y con grandes instancias le pidió a don Sancho para paje de su real persona. Más aterrado que lisonjeado, participó el duque a su hijo el honor que les dispensaba la reina.
-Aquí de mis recelos, aquí del peligro, Sancho... Tu funesto achaque de veracidad ahora es cuando va a perderte y perdernos. Si la reserva y el arte de bien callar son siempre provechosas, en la cámara de los reyes son indispensables, te lo juro.
-Antes pienso, padre -replicó el precoz don Sancho-, que al lado de los reyes, por ser ellos figura e imagen de Dios, alentará la verdad misma. No cabrá en ellos mentira ni acción que deba ser oculta o reservada.
Confuso y perplejo dejó la respuesta al duque, pues le escarabajeaban en la memoria ciertas murmuraciones cortesanas referentes a liviandades y amoríos regios; pero tomando aliento:
-No, hijo -exclamó por fin-, no es así como tú supones... Cuando seas mayor y tu razón madure, entenderás estos enigmas. Por ahora solo te diré que si vas a la corte resuelto a decir verdades, mejor será que tomes ya mi cabeza y se la entregues al verdugo.
Cabizbajo y melancólico se quedó algún tiempo don Sancho, hasta que, como el que promete, extendió la mano con extraña gravedad, impropia de su juventud.
-Yo sé el remedio -afirmó. Mentir me es imposible, pero no así guardar silencio. Haced vos, padre, correr la voz de que un accidente me ha privado del habla, y yo os prometo, por dispensaros favor, ser mudo hasta el último día de mi vida si es preciso.
Pareció bien el arbitrio al duque y divulgó lo de la mudez; siendo lo notable del caso que la reina, sabedora de que el bello rapaz era mudo, mostró alegría suma y mayor empeño en tenerle a su servicio y órdenes. En efecto, desde aquel día asistió don Sancho como paje en la cámara de la reina, sellados los labios por el candado de la voluntad, viendo y oyendo todo cuanto ocurría, pero sin medios de propalarlo. Poco a poco la reina iba cobrándole extremado cariño. Sancho se pasaba las horas muertas echado en cojines de terciopelo al pie del sillón de su ama y recostando la cabeza en sus faldas, mientras ella con la fina mano cargada de sortijas le acariciaba maternalmente los oscuros y sedosos bucles. Las primeras veces que don Sancho fue encargado de abrir la puerta secreta a cierto magnate, y le vio penetrar furtivamente y a deshora en el camarín, y a la reina echarle al cuello los brazos, el pajecillo se dolió, se indignó, y, a poder soltar la lengua, Dios sabe la tragedia que en el palacio se arma. Por fortuna, Sancho era mudo; oía, eso sí, y las pláticas de los dos enamorados le pusieron al corriente de cosas harto graves, de secretos de Estado y familia; entre otros, de que el rey, a su vez, salía todas las noches con maravilloso recato a visitar a cierta judía muy hermosa, por quien olvidaba sus obligaciones de esposo y de monarca, y merced a cuyo influjo protegía desmedidamente a los hebreos, con perjuicio de sus reinos y mengua de sus tesoros. Envuelta en el misterio esta intriga, no la sabían más que el magnate y la reina; y don Sancho, trasladando su indignación del delito de la mujer al del marido, celebró nuevamente no haber tenido voz, porque así no se veía en riesgo de revelar verdad tan infame. Pasado algún tiempo, la confianza con que se hablaban delante del mudo pajecillo instruyó a éste de varias maldades gordas que se tramaban en la corte: supo cómo el privado, disimuladamente, hacía mangas y capirotes de la hacienda pública, y cómo el tío del rey conspiraba para destronarle, con otras infinitas tunantadas y bellaquerías que a cada momento soliviantaban y encrespaban la cólera y la virtuosa impaciencia de don Sancho, poniendo a prueba su constancia, en el mutismo absoluto a que se había comprometido.
Sucedía entretanto que le amaban todos mucho, porque aquel lindo paje silencioso, tan hidalgo y tan obediente, jamás había causado daño alguno a nadie. No hay para qué decir si le favorecían las damas, viéndole tan gentil y estando ciertas de su discreción; y desde el rey hasta el último criado, todos le deseaban bienes. Tanto aumentó su crédito y favor, que al cumplir los veinte años y tener que dejar su oficio de paje por el noble empleo de las armas, colmáronle de mercedes a porfía el rey, la reina, el privado y el infante, acrecentando los honores y preeminencias de su casa y haciéndole donación de alcaldías, fortalezas, villas y castillos. Y cuando, húmedas las mejillas de beso empapado de lágrimas con que le despidió la reina, que le quería como a otro hijo; oprimido el cuello con el peso de la cadena de oro que acababa de ceñirle el rey, salió don Sancho del alcázar y cabalgó en el fogoso andaluz de que el infante le había hecho presente; al ver cuántos males había evitado y cuántas prosperidades había traído su extraña determinación, tentóse la lengua con los dientes, y, meditabundo, dijo para sí (pues para los demás estaba bien determinado a no decir oxte ni moxte): «A la primera palabra que sueltes al aire, lengua mía, con estos dientes o con mi puñal te corto y te echo a los canes.»
Hay eruditos que sostienen la opinión de que de esta historia procede la frase vulgar, sin otra explicación plausible: «Al buen callar llaman Sancho.»
FIN
Fonte: http://www.ciudadseva.com/
cantando de galo
que pensa que letra
que leia que linha
que linha que veia
que sangue de vinha
palavra que lava
que lavra sozinha
pulsando na lira
que mira que tinha
que rima que canta
que tanta que minha
palavra que alvo
que salvo da rinha .
Rodrigo Mebs
http://www.frutafarta.blogspot.com/
que pensa que letra
que leia que linha
que linha que veia
que sangue de vinha
palavra que lava
que lavra sozinha
pulsando na lira
que mira que tinha
que rima que canta
que tanta que minha
palavra que alvo
que salvo da rinha .
Rodrigo Mebs
http://www.frutafarta.blogspot.com/
CLARÃO DAS HORAS
Chove no clarão das horas,
Erra mesmo estando certo,
Há muita dor em sua órbita,
Assim como há dor em seu peito.
.
Come pouco, mas engorda,
Bebe do próprio veneno,
A sorte não lhe é profunda
Quanto é o seu sofrimento.
.
Quase se esqueceu dos livros,
Reza como passatempo,
Já não crê mais em vampiros,
Nem vibra tanto com o vento.
.
Solidão quando lhe aflora
Quase perde os movimentos,
Sente-se com catapora
E sangra ao se ferir por dentro.
Flávio Leite
Erra mesmo estando certo,
Há muita dor em sua órbita,
Assim como há dor em seu peito.
.
Come pouco, mas engorda,
Bebe do próprio veneno,
A sorte não lhe é profunda
Quanto é o seu sofrimento.
.
Quase se esqueceu dos livros,
Reza como passatempo,
Já não crê mais em vampiros,
Nem vibra tanto com o vento.
.
Solidão quando lhe aflora
Quase perde os movimentos,
Sente-se com catapora
E sangra ao se ferir por dentro.
Flávio Leite
domingo, 14 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
LÁGRIMAS
Felicidade,
Tristeza e angústia...
Sensações,
Emoções e dor
No cálice da alma
Os olhos vertem...
Choro, prantos e lágrimas.
Alívio,
Saudade e lembranças,
De um filho, um pai
Ou um amor!
Flávio Reis
Do Livro Olhos de Lince/A visão de um poeta.
Tristeza e angústia...
Sensações,
Emoções e dor
No cálice da alma
Os olhos vertem...
Choro, prantos e lágrimas.
Alívio,
Saudade e lembranças,
De um filho, um pai
Ou um amor!
Flávio Reis
Do Livro Olhos de Lince/A visão de um poeta.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Informes Aedos
CANÇÃO DÉCIMA
Descesse a neve agreste do outono
das ruas nas areias da cidade
cansa-nos o verão e se descemos
de casa sobre os campos só das árvores
é a tranquilidade que
não dos homens
achamos
Mas se cansa o verão que vão sossego
que sossego terão injusto e falso
os homens que da neve o nome esperam e
da terra a treva fétida e as trevas
agrestes do oceano conheceram
Pedras ásperas têm semeado
na cidade
perdida vem a gente e trabalhada
das casas
onde morre
Descesse a neve
ao menos outro nome
poderíamos dar a este outono
descer das casas a olhar a água e
vir achá-la nas ruas mais parada
Quem poderá tranquilo olhar as águas
do tejo de desgraça semeadas
quem poderá amar este sossego
quem amará o fogo da paz falsa
Correrão águas limpas neste rio
onde chega hoje o sangue em vão perdido
e canção cantaremos a diversa
vida nossa e do tejo.
Gastão Cruz
lyricline.org
das ruas nas areias da cidade
cansa-nos o verão e se descemos
de casa sobre os campos só das árvores
é a tranquilidade que
não dos homens
achamos
Mas se cansa o verão que vão sossego
que sossego terão injusto e falso
os homens que da neve o nome esperam e
da terra a treva fétida e as trevas
agrestes do oceano conheceram
Pedras ásperas têm semeado
na cidade
perdida vem a gente e trabalhada
das casas
onde morre
Descesse a neve
ao menos outro nome
poderíamos dar a este outono
descer das casas a olhar a água e
vir achá-la nas ruas mais parada
Quem poderá tranquilo olhar as águas
do tejo de desgraça semeadas
quem poderá amar este sossego
quem amará o fogo da paz falsa
Correrão águas limpas neste rio
onde chega hoje o sangue em vão perdido
e canção cantaremos a diversa
vida nossa e do tejo.
Gastão Cruz
lyricline.org
ECDISE
O tempo passou e ainda estou crescendo!
E as minhas vestes já não me servem mais...
Não preparei meu casulo, estou morrendo
Mas não queria mudar, pois éramos iguais.
.
A clausura me daria vida, mas até quando?
Distante de ti sofreria e não viveria jamais...
Se tiver que morrer, prefiro morrer amando
E a minha sentença foi por te amar demais.
.
Meu coração doente pedia um transplante
Eu sabia que ao teu lado encontraria a paz
Aos poucos vi você mudar seu semblante
.
E aos prantos você dizer, isso não se faz...
Vi a minha vida se perder em um instante
Mas minha alma vive! Meu corpo aqui jaz.
Flávio Reis
Do livro Olhos de Lince/A visão de um poeta.
E as minhas vestes já não me servem mais...
Não preparei meu casulo, estou morrendo
Mas não queria mudar, pois éramos iguais.
.
A clausura me daria vida, mas até quando?
Distante de ti sofreria e não viveria jamais...
Se tiver que morrer, prefiro morrer amando
E a minha sentença foi por te amar demais.
.
Meu coração doente pedia um transplante
Eu sabia que ao teu lado encontraria a paz
Aos poucos vi você mudar seu semblante
.
E aos prantos você dizer, isso não se faz...
Vi a minha vida se perder em um instante
Mas minha alma vive! Meu corpo aqui jaz.
Flávio Reis
Do livro Olhos de Lince/A visão de um poeta.
Informes Aedos
O poeta Selmo de Vasconcellos entrevistou-me para a sua página, link abaixo...
uma conversa sobre a poesia nossa de cada dia...
grande abraço
Bárbara Lia
http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/2010/03/barbara-lia-entrevista.html
uma conversa sobre a poesia nossa de cada dia...
grande abraço
Bárbara Lia
http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/2010/03/barbara-lia-entrevista.html
terça-feira, 9 de março de 2010
Queres enquadrar-me?
– queres enquadrar-me?
se queres enquadrar-me
ao meu tempo de hoje
o agora, saiba então,
sofro de inquieta gula de vida
tenho vírus de irreverência adquirida
do tempo interior tenho dose letal
não tente aprisionar-me em seus fantasmas
em suas análises de janelas estreitas
eu existo além do tato
eu tenho nome, caminheiro, rebeldia
minha cidadania é a inspiração da poesia
sou mágica metamorfose de um dia
a essência do que ainda não foi criado
não tente enquadrar-me
me chame de vida, luminoso e perdido
ponto de energia
na reta oposta da circunferência
sou ângulo aberto convexo hipotenuso
circunferência com linhas retas e pontos picados
côncavo e convexo,
encaixe sem proporções exatas
o verso que virou reverso
meu nome é tempestade,
o vento cristalino nos olhos da brisa
a calmaria que navega o barco
a utopia de galeano
a dialética de marx
o desejo do faminto
o comunhão dos desunidos
reta, retina, choro, resina, sina, rima
registram no cartório,
a soma de tudo isso,
helder molina
algum menino travesso, filho das colinas.
Helder Molina
se queres enquadrar-me
ao meu tempo de hoje
o agora, saiba então,
sofro de inquieta gula de vida
tenho vírus de irreverência adquirida
do tempo interior tenho dose letal
não tente aprisionar-me em seus fantasmas
em suas análises de janelas estreitas
eu existo além do tato
eu tenho nome, caminheiro, rebeldia
minha cidadania é a inspiração da poesia
sou mágica metamorfose de um dia
a essência do que ainda não foi criado
não tente enquadrar-me
me chame de vida, luminoso e perdido
ponto de energia
na reta oposta da circunferência
sou ângulo aberto convexo hipotenuso
circunferência com linhas retas e pontos picados
côncavo e convexo,
encaixe sem proporções exatas
o verso que virou reverso
meu nome é tempestade,
o vento cristalino nos olhos da brisa
a calmaria que navega o barco
a utopia de galeano
a dialética de marx
o desejo do faminto
o comunhão dos desunidos
reta, retina, choro, resina, sina, rima
registram no cartório,
a soma de tudo isso,
helder molina
algum menino travesso, filho das colinas.
Helder Molina
É noite na cidade
noite
a cidade adormeceu
a pesada mão do silêncio amordaçou as casas, e as almas
a noite extrema, o silencio reina
o vento varre os vestígios da presença humana
pelos becos, vielas, na boca dos nauseabundos
a noite vai, vadia, cambaleante, ziguezagueante
no céu a lua sorri, matreira,
conhece os segredos da noite
os segredos dos notívagos,
a confissão dos embriagados
as vontades incógnitas
alguns vigiam a madrugada, desafiam,
parceiros da boemia, cantadores de poesias,
percorrendo a escuridão,
cantando o amor e a solidão
deixam seu rastros de cantos e encantos
parceiros da noite
passarela dos líricos
devaneios dos apaixonados
alamedas dos boêmios
noites de conhaques, vinhos, cachaças
licores, amores, odores,
onde desfilam os profetas delirantes,
noite extrema, o silencio reina
o vento do amanhecer traz a algazarra,
a noite vadia se esvai
dia extremo.
Helder Molina
a cidade adormeceu
a pesada mão do silêncio amordaçou as casas, e as almas
a noite extrema, o silencio reina
o vento varre os vestígios da presença humana
pelos becos, vielas, na boca dos nauseabundos
a noite vai, vadia, cambaleante, ziguezagueante
no céu a lua sorri, matreira,
conhece os segredos da noite
os segredos dos notívagos,
a confissão dos embriagados
as vontades incógnitas
alguns vigiam a madrugada, desafiam,
parceiros da boemia, cantadores de poesias,
percorrendo a escuridão,
cantando o amor e a solidão
deixam seu rastros de cantos e encantos
parceiros da noite
passarela dos líricos
devaneios dos apaixonados
alamedas dos boêmios
noites de conhaques, vinhos, cachaças
licores, amores, odores,
onde desfilam os profetas delirantes,
noite extrema, o silencio reina
o vento do amanhecer traz a algazarra,
a noite vadia se esvai
dia extremo.
Helder Molina
A peste sem cor
a história das sociedades documenta
pestes diversas
dizimaram populações
enfraqueceram nações,
esvaziaram comunidades,
cidades, corações.
peste cinzenta,
com tanta virulência e intensidade
projetaram sombras
no imaginário coletivo da humanidade
no cenário de hoje
uma outra peste se avizinha
a peste sem cor,
travestida de indiferença
intolerância
neutraliza sentimentos
dilui saberes
afeta prazeres
peste sem cor
nos aprisiona nos espaços privados
nos induz ao individualismo
ao imediatismo
nos torna escravos da competição
deixa seqüelas, apagam memórias
nos torna alienados, conformados,
acomodados
Helder Molina
pestes diversas
dizimaram populações
enfraqueceram nações,
esvaziaram comunidades,
cidades, corações.
peste cinzenta,
com tanta virulência e intensidade
projetaram sombras
no imaginário coletivo da humanidade
no cenário de hoje
uma outra peste se avizinha
a peste sem cor,
travestida de indiferença
intolerância
neutraliza sentimentos
dilui saberes
afeta prazeres
peste sem cor
nos aprisiona nos espaços privados
nos induz ao individualismo
ao imediatismo
nos torna escravos da competição
deixa seqüelas, apagam memórias
nos torna alienados, conformados,
acomodados
Helder Molina
A peste sem cor . ii
provoca redução da oxigenação dos tecidos
nos rouba as energias, dificultando as trocas
assassina a solidariedade
anestesia os sentidos e as emoções
reprime os desejos, esvazia a solidariedade
peste sem cor, ou peste cinzenta
nos torna apolíticos,
ideologicamente neutros
cidadãos do não lugar
a peste cinzenta já invadiu nosso lugar
detectamos seus vírus nas relações pessoais
procura-se um antídoto
peste sem cor ou cinzenta?
peste burguesa, capitalista, egoísta.
Helder Molina
nos rouba as energias, dificultando as trocas
assassina a solidariedade
anestesia os sentidos e as emoções
reprime os desejos, esvazia a solidariedade
peste sem cor, ou peste cinzenta
nos torna apolíticos,
ideologicamente neutros
cidadãos do não lugar
a peste cinzenta já invadiu nosso lugar
detectamos seus vírus nas relações pessoais
procura-se um antídoto
peste sem cor ou cinzenta?
peste burguesa, capitalista, egoísta.
Helder Molina
Rio, museu aberto de história
rio, museu aberto de história
cidade monumento à memória
ponto de encontro: antigo chafariz,
ao lado do paço imperial,
local onde as lavadeiras se encontravam para lavar,
conversar, cantar e “tramar”.
seu roteiro é um poema vamos ao rio, antigo e presente!
rio monumento, de becos que cantam e encantam,
de vielas, favelas, geografia intensa e bela
dores de cidade partida,
contradições cortantes, traços fortes
de antigas e atuais feridas
rio antigo, passado vivo,
senzalas da opressão,
palco de resistências.
arena ecoante de sussurros,
de lamentos da escravidão.
rio história,capital colonial,
ruas impregnadas de marcas do presentes,
do passado, que revive e se faz memória.
museu aberto de tradições,
lendas, crenças, mitos, lutas,
identidades que não se apagam
negros, negras, índios,
donos da terra, dos mangues aterrados,
das matas destruídos,
dos morros removidos, da limpeza étnica,
dos índios dizimados, das culturas acorrentadas.
acervo atual de esperanças e lamentos,
que ecoam e não foram em vão.
ancestrais a caminhar pelas ruas de pedras,
quitandas, mercados, mercadores, pescadores,
homens vindos do mar.
Helder Molina
cidade monumento à memória
ponto de encontro: antigo chafariz,
ao lado do paço imperial,
local onde as lavadeiras se encontravam para lavar,
conversar, cantar e “tramar”.
seu roteiro é um poema vamos ao rio, antigo e presente!
rio monumento, de becos que cantam e encantam,
de vielas, favelas, geografia intensa e bela
dores de cidade partida,
contradições cortantes, traços fortes
de antigas e atuais feridas
rio antigo, passado vivo,
senzalas da opressão,
palco de resistências.
arena ecoante de sussurros,
de lamentos da escravidão.
rio história,capital colonial,
ruas impregnadas de marcas do presentes,
do passado, que revive e se faz memória.
museu aberto de tradições,
lendas, crenças, mitos, lutas,
identidades que não se apagam
negros, negras, índios,
donos da terra, dos mangues aterrados,
das matas destruídos,
dos morros removidos, da limpeza étnica,
dos índios dizimados, das culturas acorrentadas.
acervo atual de esperanças e lamentos,
que ecoam e não foram em vão.
ancestrais a caminhar pelas ruas de pedras,
quitandas, mercados, mercadores, pescadores,
homens vindos do mar.
Helder Molina
Rio, cidade monumento
rio imperial, republicano,
tropical, porões inundados de tantos ais,
onde o brasil tomou suas decisões.
rio centro, rio velho,
revisitado, amado, esquecido,
violentado, cantado, versado, proseado.
rio de janeiro, fevereiro e março,
a natureza fez régua e compasso,
aqui cidadania rima com esperança nos próximos passos.
vamos revisitar o rio antigo
praça xv que já foi pelourinho,
largo do passo, palco da abolição inventada
onde as chibatas sangravam a escravidão.
dos arcos dos teles,
onde o comércio das quitandas, do mercado,
de onde os barões guardavam
os frutos do trabalho escravo,
na igreja dos mercadores,
de devoção clandestina e reprovada
pela elite escravocrata e católica.
na igreja do rosário, de são benedito,
dos homens pretos, do sincretismo,
da escrava anastácia, da língua decepada
por ter voz ativa.
do primeiro banco, o do brasil (hoje centro cultural)
da primeira igreja de frente para o mar,
onde a santa candelária protegia
contra indesejáveis visitantes vindos pelo mar,
os monstros, os fantasmas, dragões
e outros perigos que habitavam
a cabeça do homem medieval
rio dos cortiços,
dos pobres livres, das casas coloniais,
dos botecos, dos bares e cafés,
onde literavam nossos poetas e escritores,
agitando os sentimentos abolicionistas
e republicanos.
rio da belle époque,
que bela época de sonhos liberais e capitalistas,
sangue índio e africano,
sonho europeu, orgulho parisiense,
alma brasileira, negro no trabalho,
elitista na opulência,
da avenida que derrubou os cortiços,
e virou central.
Helder Molina
tropical, porões inundados de tantos ais,
onde o brasil tomou suas decisões.
rio centro, rio velho,
revisitado, amado, esquecido,
violentado, cantado, versado, proseado.
rio de janeiro, fevereiro e março,
a natureza fez régua e compasso,
aqui cidadania rima com esperança nos próximos passos.
vamos revisitar o rio antigo
praça xv que já foi pelourinho,
largo do passo, palco da abolição inventada
onde as chibatas sangravam a escravidão.
dos arcos dos teles,
onde o comércio das quitandas, do mercado,
de onde os barões guardavam
os frutos do trabalho escravo,
na igreja dos mercadores,
de devoção clandestina e reprovada
pela elite escravocrata e católica.
na igreja do rosário, de são benedito,
dos homens pretos, do sincretismo,
da escrava anastácia, da língua decepada
por ter voz ativa.
do primeiro banco, o do brasil (hoje centro cultural)
da primeira igreja de frente para o mar,
onde a santa candelária protegia
contra indesejáveis visitantes vindos pelo mar,
os monstros, os fantasmas, dragões
e outros perigos que habitavam
a cabeça do homem medieval
rio dos cortiços,
dos pobres livres, das casas coloniais,
dos botecos, dos bares e cafés,
onde literavam nossos poetas e escritores,
agitando os sentimentos abolicionistas
e republicanos.
rio da belle époque,
que bela época de sonhos liberais e capitalistas,
sangue índio e africano,
sonho europeu, orgulho parisiense,
alma brasileira, negro no trabalho,
elitista na opulência,
da avenida que derrubou os cortiços,
e virou central.
Helder Molina
Papo histórico e chopp no amarelinho
– papo histórico e chopp no amarelinho
rio branco, amarelo, negro e índio.
vamos revisitar,
das belas letras à engenharia
de uma futura nação,
primeira universidade do brasil.
os lavradios, os inválidos,
e suas casas de antiguidades,
da feira do rio antigo,
da lapa com seus dutos
por onde corriam as águas para belas casas
dos agentes da dominação.
da praça dos pobres, dos desvalidos,
onde estacionavam as charretes das madames,
senhores e barões,
batizada de tiradentes para nos trazer
a memória que o ouro é moeda de mãos nobres.
por fim, o triângulo cultural,
a biblioteca real que é nacional,
do teatro das artes nobres, que é municipal,
e do museu das bellas artes.
e, embebidos de cultura e história,
cansados, sedentos, vamos tomar um chopp no amarelinho,
com um papo histórico,
daqueles sem colarinho.
assim, misturando poesia, cultura e história
Helder Molina
rio branco, amarelo, negro e índio.
vamos revisitar,
das belas letras à engenharia
de uma futura nação,
primeira universidade do brasil.
os lavradios, os inválidos,
e suas casas de antiguidades,
da feira do rio antigo,
da lapa com seus dutos
por onde corriam as águas para belas casas
dos agentes da dominação.
da praça dos pobres, dos desvalidos,
onde estacionavam as charretes das madames,
senhores e barões,
batizada de tiradentes para nos trazer
a memória que o ouro é moeda de mãos nobres.
por fim, o triângulo cultural,
a biblioteca real que é nacional,
do teatro das artes nobres, que é municipal,
e do museu das bellas artes.
e, embebidos de cultura e história,
cansados, sedentos, vamos tomar um chopp no amarelinho,
com um papo histórico,
daqueles sem colarinho.
assim, misturando poesia, cultura e história
Helder Molina
UMA PÁ DE BRASA PARA SEMEAR O INFERNO
No meu coração
assombrado em vão
não há devotos
há sapos e serpentes
pelos cantos contentes
decorando maldição
e fantasmas dos mortos
que arrastam correntes
com seus elos tortos
acima do chão
onde pisam descrentes
(Lanoia)
assombrado em vão
não há devotos
há sapos e serpentes
pelos cantos contentes
decorando maldição
e fantasmas dos mortos
que arrastam correntes
com seus elos tortos
acima do chão
onde pisam descrentes
(Lanoia)
segunda-feira, 8 de março de 2010
VERSO & REVERSO
VERSO & REVERSO
[Marcelo Mourão]
às vezes perco a fala:
nada salta, tudo cala.
não sou só palavras
sou também o silêncio
presente nesta página
Poemeto tirado do meu
livro: "O Diário do Camaleão",
que está à venda.
[Marcelo Mourão]
às vezes perco a fala:
nada salta, tudo cala.
não sou só palavras
sou também o silêncio
presente nesta página
Poemeto tirado do meu
livro: "O Diário do Camaleão",
que está à venda.
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
HILDA HILST
( Do Desejo - 1992)
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
HILDA HILST
( Do Desejo - 1992)
SIGNO
Há tanto tempo que me entendo tua,
exilada do meu elemento de origem: ar,
não mais terra, o meu de escolha,
mas água, teu elemento, aquele
que é do amor e do amar.
Se a outro pertencia, pertenço agora a este
signo: da liquidez, do aguaceiro. E a ele
me entrego, desaguada, sem medir margens,
unindo a toda esta água do teu signo
minha água primitiva e desatada.
exilada do meu elemento de origem: ar,
não mais terra, o meu de escolha,
mas água, teu elemento, aquele
que é do amor e do amar.
Se a outro pertencia, pertenço agora a este
signo: da liquidez, do aguaceiro. E a ele
me entrego, desaguada, sem medir margens,
unindo a toda esta água do teu signo
minha água primitiva e desatada.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Bolero Blue
beber desse conhaque em tua boca
para matar a febre nas entranhas
entre os dentes
indecente é a forma que te bebo
como ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai.
Artur Gomes
http://juras-secretas.blogspot.com/
para matar a febre nas entranhas
entre os dentes
indecente é a forma que te bebo
como ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é que a fome desse beijo
furta qualquer outra palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai.
Artur Gomes
http://juras-secretas.blogspot.com/
quinta-feira, 4 de março de 2010
segunda-feira, 1 de março de 2010
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