rio, museu aberto de história
cidade monumento à memória
ponto de encontro: antigo chafariz,
ao lado do paço imperial,
local onde as lavadeiras se encontravam para lavar,
conversar, cantar e “tramar”.
seu roteiro é um poema vamos ao rio, antigo e presente!
rio monumento, de becos que cantam e encantam,
de vielas, favelas, geografia intensa e bela
dores de cidade partida,
contradições cortantes, traços fortes
de antigas e atuais feridas
rio antigo, passado vivo,
senzalas da opressão,
palco de resistências.
arena ecoante de sussurros,
de lamentos da escravidão.
rio história,capital colonial,
ruas impregnadas de marcas do presentes,
do passado, que revive e se faz memória.
museu aberto de tradições,
lendas, crenças, mitos, lutas,
identidades que não se apagam
negros, negras, índios,
donos da terra, dos mangues aterrados,
das matas destruídos,
dos morros removidos, da limpeza étnica,
dos índios dizimados, das culturas acorrentadas.
acervo atual de esperanças e lamentos,
que ecoam e não foram em vão.
ancestrais a caminhar pelas ruas de pedras,
quitandas, mercados, mercadores, pescadores,
homens vindos do mar.
Helder Molina
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