segunda-feira, 29 de março de 2010

A ÁGUA

No céu as nuvens aglomeradas formavam figures de uma cachoeira, enquanto a terra árida queimava os pés do sertanejo que ansioso olhava o infinito azul abrigando tanta nuvem. Em sua ignorância daquela região seca,não sabia que ali tinha tanta água.

Uma brisa passou pelo sertão, o sol aqueceu e a brisa subiu até aquelas nuvens que naquele momento formou a imagem de Nossa Senhora embalando o Menino Jesus.

O sertanejo ajoelhou na terra árida e olhou, olhou, em sua face marcada pela poeira, as lágrimas desceram e quem de perto visse, juraria que ali formou os espinhos que sangraram Jesus quando estivera na cruz.

Do choro silencioso, foi se transformando em soluços, e lá céu, Nossa Senhora nas nuvens foi se transformando, e seu choro em mais soluços, e de repente sentiu suas lágrimas esfriando, e seu corpo banhado. Ele então percebeu que Nossa Senhora havia sumido, e a chuva lavava seu rosto. Ao longe gritos de alegria rompeu o silencio do sertão, e a água caia sobre o solo. A terra acolheu aquele milagre e o sertanejo de tanta emoção seguiu a correnteza que corria para o açude seco.

Seu corpo desapareceu no açude, e dizem até hoje, que quando a seca está castigando o sertão, as pessoas olham para céu, e quando as nuvens formando rosto do sertanejo que desapareceu no açude, a chuva cai e fertiliza aquela região,que nunca mais teve seca

Lira Vargas


Esse texto foi um desafio de brincadeira feitos entre eu e Patrícia na Semana Santa em Iguaba. Abril /2006. fiz em 13 minutos.

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