quinta-feira, 11 de março de 2010

CANÇÃO DÉCIMA

Descesse a neve agreste do outono

das ruas nas areias da cidade

cansa-nos o verão e se descemos

de casa sobre os campos só das árvores

é a tranquilidade que

não dos homens

achamos



Mas se cansa o verão que vão sossego

que sossego terão injusto e falso

os homens que da neve o nome esperam e

da terra a treva fétida e as trevas

agrestes do oceano conheceram



Pedras ásperas têm semeado

na cidade

perdida vem a gente e trabalhada

das casas

onde morre



Descesse a neve

ao menos outro nome

poderíamos dar a este outono

descer das casas a olhar a água e

vir achá-la nas ruas mais parada



Quem poderá tranquilo olhar as águas

do tejo de desgraça semeadas

quem poderá amar este sossego

quem amará o fogo da paz falsa



Correrão águas limpas neste rio

onde chega hoje o sangue em vão perdido

e canção cantaremos a diversa

vida nossa e do tejo.

Gastão Cruz
lyricline.org

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