À deriva
enxofres calcinados
derivam e perseguem :
Chofres
do espanto mudo
cinzas
da chama interrompida
não apagada...
Chofres do alheio
Chofres do filamento.
O tempo alheio,
fita
com olhos de cacto
e bebo-lhe a água parca
a triturar espinhos;
lágrimas-letras
me escrevem
o acúmulo vespertino
e a incessante vontade
que deriva
e reluz...
À deriva
das ruas,
ímpia madrugada,
enxofres azuis
como veias
veias sedentas
do cloreto
do bromuro
do cianureto
À deriva,
ronda visionária
da alma
qual acalanto
por embates
do não mais ser
e ainda ser.
Doce amargo
é o Palácio Desejo,
precipício das horas
e sibilante ascenção do gozo.
Chofres da lembrança
recordam
as agulhas
que costuram
epílogos cerrados
da coragem
e do medo.
Antíteses
ventam
o soerguido.
Tullio Stefano
http://www.poeteias.blogspot.com/
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