terça-feira, 6 de julho de 2010

Mar/absinto

Nossos olhos de dezoito anos

acomodaram o mar

Sobrou a maré em torno

um sussurro de conchas

a nos acordar nas noites brancas



Nossos olhos de dezoito anos

beberem do mar/absinto

como ao vinho santo.



Nossos olhos embriagados.

Nossos olhos negros e azulados.

Uma sereia recolhendo a rede

os corações de dois poetas ali

enredados



Nossos olhos de dezoito anos.

Nossas almas milenares.

Nossos amores fracos à soleira da incerteza.

Tanta beleza em ti, Rimbaud!

Tanta ausência em mim!



E nas marquises

bêbados ainda caminham

buscando o sol

que você guardou prá mim



Bárbara Lia

Fonte: Cronópios

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