Nossos olhos de dezoito anos
acomodaram o mar
Sobrou a maré em torno
um sussurro de conchas
a nos acordar nas noites brancas
Nossos olhos de dezoito anos
beberem do mar/absinto
como ao vinho santo.
Nossos olhos embriagados.
Nossos olhos negros e azulados.
Uma sereia recolhendo a rede
os corações de dois poetas ali
enredados
Nossos olhos de dezoito anos.
Nossas almas milenares.
Nossos amores fracos à soleira da incerteza.
Tanta beleza em ti, Rimbaud!
Tanta ausência em mim!
E nas marquises
bêbados ainda caminham
buscando o sol
que você guardou prá mim
Bárbara Lia
Fonte: Cronópios
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